Michelle Bolsonaro, a poderosa dos cheques
Desde antes da posse, Jair Bolsonaro deve ao país uma explicação convincente sobre os cheques depositados por Fabrício Queiroz na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro. Em agosto deste ano, a Crusoé revelou mais: as transferências em cheque somam R$ 89 mil, mais que o dobro...
Desde antes da posse, Jair Bolsonaro deve ao país uma explicação convincente sobre os cheques depositados por Fabrício Queiroz na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Em agosto deste ano, Crusoé revelou que as transferências em cheque somavam R$ 89 mil, mais que o dobro dos R$ 40 mil que se sabia até então.
Parte desse montante, ou R$ 17 mil, foi transferido pela mulher de Queiroz, Márcia Aguiar. No total, foram realizadas 27 transferências para a primeira-dama desde 2011.
A revelação da Crusoé aproximou o presidente do esquema de rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro no qual estão envolvidos até o pescoço Queiroz e Flávio Bolsonaro.
Confrontado em agosto sobre a história mal contada dos “micheques”, o presidente, sem resposta, ameaçou um repórter do jornal O Globo:
“’Minha vontade é encher tua boca na porrada.”
Em dezembro, Bolsonaro tentou encerrar o assunto, em entrevista à Band, alegando que os R$ 89 mil eram para ele mesmo e que Queiroz pagava suas contas, por ser de confiança.“O Queiroz pagava conta minha também. Ele era de confiança.”
Já a primeira-dama nunca se manifestou publicamente sobre o assunto.
Em setembro, porém, ela tentou censurar a música “Micheque”, da banda Detonautas. A canção de gosto duvidoso teve como único mérito provocar a mulher de Bolsonaro a expor uma face pouco conhecida de sua personalidade.
Em 2020, a “mita” Michelle enfrentou problemas familiares: seu tio foi preso por estupro, ela teve Covid-19 e sua avó materna Maria Aparecida Firmo Ferreira morreu da doença em um hospital público do Distrito Federal.
O Palácio do Planalto publicou uma nota sobre a morte de Maria Aparecida, o que resultou numa troca de insultos com um primo de Michelle — ele acusou a primeira-dama de não ter ajudado sua avó:
“Triste ver quem você se tornou. Não reconhecemos mais você.”
Outra reportagem da Crusoé mostrou também a influência de Michelle em decisões de Bolsonaro.
O presidente da República, por exemplo, chegou a editar um decreto para transferir cargos da Casa Civil para o programa que Michelle comanda, o Pátria Voluntária. Um auxiliar do Planalto resumiu à revista: “A verdade é que todos têm medo da primeira-dama”.
Em novembro, O Antagonista mostrou que o sócio oculto do blogueiro Allan dos Santos é dono da empresa responsável pela plataforma tecnológica do Pátria Voluntária.
Michelle parece colecionar perguntas sem respostas.
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