Menos corrupção, mais renda per capita
Um estudo do FMI que aponta a Lava Jato como exemplo no combate à corrupção indica que a renda per capita na América Latina poderia aumentar US$ 3 mil com a redução desse crime. O professor licenciado da USP Carlos Eduardo Gonçalves, que participou da elaboração do documento, disse ao Estadão que o Brasil...
Um estudo do FMI que aponta a Lava Jato como exemplo no combate à corrupção indica que a renda per capita na América Latina poderia aumentar US$ 3 mil com a redução desse crime.
O professor licenciado da USP Carlos Eduardo Gonçalves, que participou da elaboração do documento, disse ao Estadão que o Brasil também poderia ter um aumento nessa casa.
“Quando você pensa em um crescimento no longo prazo, nos últimos 20 anos, a corrupção na América Latina foi um entrave para o crescimento. Isso é muito importante debater porque a tese inicial de corrupção e crescimento, dos anos 70, dizia o seguinte: se você é um empresário, vai desembaraçar uma máquina importada e, se paga propina, rapidamente desembaraça a máquina e começa a produzir. Então você poderia dizer que a corrupção funcionaria como um óleo na engrenagem.
Essa tese está errada porque a corrupção não chegou para reduzir uma burocracia excessiva. O ambiente de negócios complicado é criado em função de que se conhece a probabilidade de cobrar propina. A burocracia excessiva pode ser uma dificuldade criada, que decorre do fato de se saber que uma estrutura complicada gera uma renda a mais (propina). Tanto que lugares em que se tem mais burocracia são também mais corruptos. E a América Latina, particularmente o Brasil, tem um ambiente de negócios péssimo.”
Criar dificuldade para vender facilidades é uma velha estratégia dos corruptos, que, no Brasil, dispõem de um Estado inchado, com cerca de 150 estatais, para fazerem isso.
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