Megalicitação da Secom: empresa nega vínculo com governo federal
Moringa digital também negou que tenha feito qualquer tipo de pressão para voltar a fazer parte da megalicitação da Secom
Escolhida como primeira colocada na megalicitação da Secom para gestão de redes sociais e outras demandas do governo federal, a agência Moringa negou, em nota encaminhada a O Antagonista, qualquer vínculo com o Palácio do Planalto ou com Paulo Pimenta (foto).
A empresa também negou que tenha feito qualquer tipo de pressão para voltar a fazer parte da megalicitação de 197 milhões de reais para gerir redes sociais do governo federal.
O resultado da megalicitação foi antecipado por O Antagonista um dia antes de ela ter sido realizada. As quatro primeiras colocadas do certame foram justamente aquelas adiantadas por este site: Moringa, BR Mais Comunicação, Área Comunicação e Usina Digital. A Moringa teve 91,34 pontos; a BR 91,17 pontos, a Area 89 pontos e Usina 88,16 pontos. A Moringa e a Área Digital depois foram desqualificadas por falhas documentais.
“Melhor técnica”
Em manifestação a este site, a empresa defendeu o critério de “melhor técnica” para a megalicitação da Secom. “O critério ‘melhor técnica’ não é vago, sendo inclusive recomendado para serviços de comunicação que possuem natureza preponderante intelectual”, disse a empresa.
“Utilizar apenas ‘menor preço’ pode levar a resultados desastrosos, pois não permite a aferição da qualidade técnica das soluções propostas pelos licitantes”, argumentou.
Sobre a pressão ao Planalto, a empresa disse que “os únicos atos praticados pela Moringa referem-se a interposição de recurso e contrarrazões, instrumentos previstos em Lei, direitos que assistem a qualquer licitante”.
“Uma empresa de renome“
Ela ainda negou relações com o governo federal ou com Paulo Pimenta, ex-chefe da Secom.
“A Moringa Digital é uma empresa de renome, que há mais de vinte anos atua de forma idônea em contratos públicos e que demonstrou sua capacidade técnica na Licitação, tanto que o plano de comunicação digital que propôs obteve a melhor nota técnica no certame. Os sócios da Moringa nunca tiveram contato presencial com o Ministro da Secom.”
Sobre as falhas documentais como a ausência de balanço patrimonial, apresentação do contrato social errado, falta de comprovação técnica de comprovação de prestação de serviços, a empresa disse que eles “não eram pontos cruciais e sim pequenas falhas que foram objeto de recurso”.
“Vigora nas licitações o princípio do formalismo moderado, o que significa que pequenas falhas formais em sua documentação de habilitação não justificam a inabilitação ocorrida.”
A megalicitação da Secom
Somente para lembrar, o Palácio do Planalto reservou 197 milhões de reais para “combater fake news” (dos outros), numa tentativa de melhorar a popularidade de Lula. O resultado revelou a vitória de agências ligadas ao ministro Fernando Haddad, da Fazenda, e à presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, entre outros.
As empresas vitoriosas disputaram a concorrência com outras 20, algumas delas com muito mais tradição no setor público do que as vencedoras. A concorrência foi resolvida em processo rápido, de menos de dois meses, e levou em questão o critério mais vago de “melhor técnica”, e não o mais objetivo de “melhor preço”.
O resultado anunciado nesta quarta foi publicado horas antes, na terça, em postagem cifrada no perfil do X: “PP = AD+M+BRplus+US”.
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