Mario Sabino, na Crusoé: ser do passado
Em sua coluna para a Crusoé desta semana, Mario Sabino (foto) fala sobre envelhecer. "A velhice tem início quando você começa a ser tempo passado (ou perdido) para gente mais jovem. Um exemplo cotidiano e bastante ilustrativo: você envia mensagens e elas não são lidas, ou são lidas horas mais tarde"....
Em sua coluna para a Crusoé desta semana, Mario Sabino (foto) fala sobre envelhecer.
“A velhice tem início quando você começa a ser tempo passado (ou perdido) para gente mais jovem. Um exemplo cotidiano e bastante ilustrativo: você envia mensagens e elas não são lidas, ou são lidas horas mais tarde — e, quando respondidas, é de forma lacônica, protocolar, condescendente ou enfadada. A pessoa pode lançar mão também de emojis, o que a livra logo do velho e ela pode continuar online com gente mais interessante. Quando envelhece, você se torna tempo passado (ou perdido) até para os filhos crescidos.”
“Descobri, recentemente, que sou trotskista. Não porque me tornei adepto das ideias esquerdistas do revolucionário russo Leon Trótski — isso seria ser um velho ridículo –, mas porque encontrei no seu Diário no Exílio a formulação exata para uma constatação geral: ‘A velhice é a mais inesperada das coisas que acontecem a uma pessoa‘. O aspecto mais previsível da vida é, paradoxalmente, o mais inesperado. Um belo dia nublado, você começa a ser tempo passado (ou perdido) para os outros e não sabe exatamente como a coisa se deu.”
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