Mario Sabino, na Crusoé: o suicídio da consciência
"O fanatismo é um cancelamento da consciência", diz Mario Sabino, em sua coluna na Crusoé. "Ela, a consciência, pode não ter sido despertada pela educação e pela cultura e, assim, restar adormecida num sono de morte pelo fanatismo. Esse cancelamento da consciência...
“O fanatismo é um cancelamento da consciência”, diz Mario Sabino, em sua coluna na Crusoé.
“Ela, a consciência, pode não ter sido despertada pela educação e pela cultura e, assim, restar adormecida num sono de morte pelo fanatismo. Esse cancelamento da consciência se dá pelo empréstimo das certezas do líder político ou religioso. Foi o que ocorreu na Alemanha nazista e ocorre hoje no fundamentalismo islâmico. No caso da Alemanha, há os que se espantam por tratar-se de nação avançada e, portanto, que deveria ter ficado imune a fanatismos, mesmo com todas as circunstâncias históricas da ascensão de Hitler. Mas o certo é que não se pode jamais tomar a parte pelo todo — e o todo, nos berços da civilização ocidental, é também composto por gente muito ignorante e facilmente capturável pelo fanatismo.”
“Ele, o fanatismo, fornece certezas das quais a consciência é, necessariamente, rala — ou não seria consciência. O homem consciente é, sobretudo, um homem em permanente espanto com a falta de lógica moral intrínseca ao mundo — e que sabe que as lógicas morais que impingimos a ele podem ser provisórias.”
“A moral imanente é a do espanto. O que dizer, porém, do fanatismo de quem teve a consciência despertada pela educação e pela cultura — e que não deveria, portanto, deixar-se enfeitiçar por certezas alheias? Essa pergunta me ocorre hoje, no plano nacional, quando deparo com pessoas esclarecidas que embarcaram fanaticamente na defesa de políticos como Lula e Jair Bolsonaro.”
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