Mario Sabino, na Crusoé: “O homem tem que ser durão”
Em sua coluna para a Crusoé desta semana, Mario Sabino (foto) fala sobre a autocensura de Chico Buarque, que disse que não cantará mais a música Com Açúcar, Com Afeto, por considerá-la "machista"...
Em sua coluna para a Crusoé desta semana, Mario Sabino (foto) fala sobre a autocensura de Chico Buarque, que disse que não cantará mais a música Com Açúcar, Com Afeto, por considerá-la “machista”.
“De acordo com Chico Buarque, ‘Ela (Nara Leão) me pediu a música, ele me encomendou essa música, ela falou ‘Eu quero agora uma música de mulher sofredora’. E deu exemplos de canções de Assis Valente, Ary Barroso, aqueles sambas da antiga, onde os maridos saíam para a gandaia e as mulheres ficavam em casa sofrendo, tipo Amélia, aquela coisa’.”
“E Chico Buarque completa: ‘Eu gostei de fazer (a música). A gente não tinha esse problema. É justo que haja, as feministas têm razão, vou sempre dar razão às feministas, mas elas precisam compreender que, naquela época, não existia, não passava pela cabeça da gente que isso era uma opressão, que a mulher não precisa ser tratada assim. Elas têm razão’.”
“[…] Fiquei penalizado com a decisão do compositor de não cantar mais Com Açúcar, Com Afeto. Ele tem o direito de cantar o que quiser, mas o problema não é esse. O problema é que a sua decisão acaba interditando outros artistas de cantá-la. […] A autocensura tem alcance geral. […] O que o feminismo fez com a música de Chico Buarque, e ele aceitou passivamente, não foi ressignificá-la, mas cancelar os seus ressignificados e jogá-la na lata de lixo como ‘arte degenerada’.”
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