Mario Frias e a cruzada contra a cultura brasileira
Em 2021, Mario Frias, o ex-ator de Malhação bolsonarista, que por acaso é secretário da Cultura, malhou duro para destruir o setor cultural brasileiro. Entre atos, defendeu o fim das medidas restritivas e atacou governadores. Como de costume, o secretário também agrediu a língua portuguesa. Em março, ele publicou no Twitter uma mensagem em que defendia o "assesso" à cultura. Isso mesmo, acesso com dois "s"...
Em 2021, Mario Frias, o ex-ator de Malhação bolsonarista, que por acaso é secretário da Cultura, malhou duro para destruir o setor cultural brasileiro. Entre atos, defendeu o fim das medidas restritivas e atacou governadores.
Como de costume, o secretário também agrediu a língua portuguesa. Em março, ele publicou no Twitter uma mensagem em que defendia o “assesso” à cultura. Isso mesmo, acesso com dois “S”.
Mario Frias, que embarcou numa cruzada para definir um novo modelo de financiamento via Lei Rouanet, participou de lives para difundir o uso da legislação em benefício da “arte cristã”.
Ao lado do servidor responsável pela Lei Rouanet, André Porcíuncula, Frias afirmou que o “gênero” sofre preconceito religioso. O secretário deu instruções para que artistas cristãos pleiteassem o acesso ao financiamento via Lei Rouanet.
Na sequência, o governo federal editou um decreto para mudar as regras para o fomento cultural. Entre as mudanças, estava a alteração na classificação das áreas culturais contempladas pela Rouanet, para incluir “arte sacra” e “belas artes” como categorias distintas.
O texto também modificou o funcionamento da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura, colegiado que define os projetos habilitados para captar as verbas. O secretário da Cultura passou a poder tomar decisões isoladas, sem consultar o grupo.
Assim como Jair Bolsonaro e Bia Kicis, Frias também se reuniu com a neta de um ministro de Adolf Hitler. Beatrix von Storch, do partido Alternativa pela Alemanha, conhecida por seu alinhamento com ideias neonazistas.
Em sua agenda oficial, o secretário afirmou que o objetivo era discutir a “liberdade de expressão nas big techs”.
Em julho, um incêndio atingiu um galpão da Cinemateca Brasileira, em São Paulo. Uma grande parte do acervo foi perdida. Um anos antes, o MPF-SP havia entrado com uma ação na Justiça contra o governo de Jair Bolsonaro, por abandono da instituição.
Alvo de uma série de críticas de dentro e fora do meio cultural, Frias culpou a “herança maldita” do PT pelo incêndio. Segundo ele, a “corrupção criminosa” em governos anteriores “rapinou dinheiro público”, sucateando a Cinemateca.
Em meio à derrubada das medidas restritivas com o avanço da vacinação, o ator atuou — mal, como sempre — na luta contra a necessidade de passaportes sanitários. Em novembro, ele assinou uma portaria proibindo os organizadores de eventos culturais patrocinados via Lei Rouanet de exigirem o documento.
Mario Frias é tão canastrão, tão incompetente, que ajuda muito a que certos aspectos da cultura brasileira sejam valorizados até por quem torce o nariz para eles.
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