Marcos Tolentino tem procuração geral da Benetti, dona da FIB Bank
O empresário Marcos Tolentino diz que não é sócio da FIB Bank, empresa que forneceu a carta fiança para a Precisa Medicamentos fechar o contrato com o Ministério da Saúde. Mas ele possui, desde 2017, uma procuração que lhe dá amplos poderes para atuar em nome da Benetti Prestação de Serviços, dona da Pico do Juazeiro, sócia da FIB Bank...
O empresário Marcos Tolentino diz que não é sócio da FIB Bank, empresa que forneceu a carta fiança para a Precisa Medicamentos fechar o contrato com o Ministério da Saúde. Mas ele possui, desde 2017, uma procuração que lhe dá amplos poderes para atuar em nome da Benetti Prestação de Serviços, dona da Pico do Juazeiro, sócia da FIB Bank.
A procuração foi outorgada pelo próprio Ricardo Benetti, proprietário da controladora. O presidente da FIB Bank, Roberto Pereira, depôs à CPI da Covid e negou que Tolentino seja sócio da empresa.
No documento, obtido por O Antagonista, Benetti concede ao empresário “amplos, gerais e ilimitados poderes” para assinar escrituras de quaisquer natureza, “podendo alienar, onerar ou dar em garantia, bens móveis e imóveis”.
Tolentino também pode abrir contas e movimentar recursos, contrair empréstimos, assinar correspondência, requisitar talões de cheque e descontá-los, fazer depósitos e retiradas, e cobrar dívidas.
Na prática, o empresário parece, de fato, o dono da Benetti Prestadora de Serviços, figurando, portanto, no topo da cadeia societária em que está a FIB Bank, especializada em fornecer garantias fidejussórias no mercado.
Esse tipo de garantia tem se tornado bastante popular, pois não se submete a regulações do Banco Central, da CVM ou mesmo da Susep. Em seis anos, a FIB Bank já forneceu 653 garantias a particulares, órgãos da administração pública, municípios, estados e União, tanto para garantir débitos judiciais e fiscais, quanto como garantia de performance em contratos.
Para a CPI da Covid, porém, a garantia de R$ 80,7 milhões não teria lastro. De fato, é impossível saber se o patrimônio imobilizado da empresa, avaliado em R$ 7,5 bilhões, segundo ela própria, seria capaz de sustentar tantas cartas fianças.
Amanhã, Tolentino será ouvido pelos senadores e poderá esclarecer cada uma delas.
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