Marçal recua e defende presidente do PRTB, ligado ao PCC
Em sabatina na semana passada, em 26 de agosto, o candidato havia defendido o afastamento de Leonardo Avalanche da presidência
O candidato a prefeito de São Paulo pelo PRTB, Pablo Marçal (à esquerda na foto), recuou e passou a defender o presidente do seu partido, Leonardo Avalanche (à direita na foto), das ligações à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
“Ele não tem nada a ver com o PCC, coitado. Ele está sendo despejado da casa dele, se tivesse ligação com o PCC, acho que o PCC ia ajudar ele a pagar”, disse Marçal durante agenda de campanha com Avalanche no início da tarde desta quarta-feira, 4 de setembro.
Em sabatina à Globo News na semana passada, em 26 de agosto, o candidato havia defendido o afastamento do presidente da legenda: “Não sou presidente, não sou dono do partido. Se dependesse de mim, era afastamento geral. Eu sou uma pessoa que estou usando o partido para ser candidato”.
Vários indícios de ligação entre Avalanche e o PCC vem sendo divulgados em agosto. Segundo áudio obtido pela Folha de S. Paulo, o presidente do PRTB reivindicou a soltura do traficante André do Rap.
“Eu sou o cara que soltou o André [do Rap]. A turma não sei se vai te contar isso. Esse é o meu trabalho, entendeu? A próxima, agora, a gente vai botar um lugar acima dele. Esse é o meu dia a dia… Eu faço um trabalho bem discreto”, disse Avalanche.
Os assessores de Avalanche
Duas figuras ligados ao PRTB, partido do candidato à prefeitura de São Paulo e coach Pablo Marçal (foto), foram indiciados pela Polícia Civil paulista suspeitos de vender carros de luxo em troca de cocaína para o Primeiro Comando da Capital (PCC).
A informação é do jornal Estado de S. Paulo, publicada nesta quarta-feira, 21 de junho.
Trata-se de Tarcísio Escobar de Almeida (foto), ex-presidente estadual do PRTB em São Paulo, e Júlio César Pereira, também conhecido como Gordão, sócio de Escobar. Gordão também participou de eventos do partido de Marçal.
Apesar de não terem sido vistos em atos de campanha do candidato à prefeitura, a dupla tem atuado nos bastidores.
Segundo o Estadão, “Escobar e Gordão eram homens de confiança de Leonardo Alves Araújo, o Leonardo Avalanche, presidente nacional do PRTB e fiador da candidatura de Marçal.”
Escobar chegou a participar da cerimônia de filiação de Marçal ao PRTB, em 5 de abril.
A dupla negou ao jornal qualquer ligação com o PCC.
Entretanto, como aponta o Estadão, “Escobar e Gordão foram indiciados pela polícia em 2023. As investigações continuam. Tudo começou em 6 de agosto de 2020, quando os policiais apreenderam com Francisco Chagas de Sousa, o Coringa, dono de uma adega na zona leste de São Paulo, uma arma, drogas, um telefone celular e um pendrive. Segundo a polícia, no pendrive havia “material relacionado ao controle de integrantes do PCC.”
“A 1.ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital autorizou a continuidade das investigações, que acabaram revelando que Coringa atuava ‘diretamente’ no tráfico interestadual. Ele usava automóveis como forma de pagamento de drogas que adquiria no Paraná e para transportar entorpecentes aos seus ‘clientes’, traficantes ’em larga escala’ na Paraíba e em São Paulo. Nas conversas telefônicas de Coringa os policiais acharam ligações para Gordão”, acrescenta.
A Polícia Civil identificou o esquema na venda de uma BMW X5.
“Em 30 de julho de 2020, surge o nome de Escobar. Naquele dia, Gordão pede a Coringa ajuda para vender uma BMW X5. E diz que Escobar lhe explicaria o negócio. Segundo os investigadores do caso, o lucro do tráfico de drogas obtido por Coringa seria dividido com Gordão e Escobar”, diz o jornal.
Citando os investigadores da Delegacia Seccional de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, que são responsáveis pelo caso: Nos diálogos mantidos entre ambos (Coringa e Gordão), ficou evidente tratar-se de negociação de veículos com o fim de que sejam trocados por drogas.
“Nos diálogos mantidos entre ambos (Coringa e Gordão), ficou evidente tratar-se de negociação de veículos com o fim de que sejam trocados por drogas”, escreveram os investigadores chefiados pelo delegado Alex Endo, da Delegacia Seccional de Mogi das Cruzes.
O Estadão ainda afirma: “Embora a droga não passasse diretamente pelas mãos dos acusados, afirmam os policiais, eles tinham pleno conhecimento de que os valores que entregavam a Coringa, ‘seja em espécie ou por meio de automóveis’ seriam usados para a aquisição de drogas, ‘gerando lucro exorbitante, ou seja, que jamais aufeririam se houvesse uma mera comercialização de carros’.
De acordo com a polícia, o esquema funcionaria da seguinte forma: Escobar e Gordão, investidores no tráfico, entregavam veículos a Coringa, que os enviava ao Paraná para serem trocados por grandes quantidades de drogas. Esses entorpecentes eram então revendidos a compradores em larga escala e o lucro obtido era dividido entre os três”.
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