Explosões em dispositivos eletrônicos ferem mais de 2.500 no Líbano
Dispositivos eletrônicos usados pelo Hezbollah detonaram em várias regiões do Líbano, causando um grande número de feridos e sobrecarregando hospitais em todo o país. As causas ainda são desconhecidas
Uma série de explosões em dispositivos eletrônicos portáteis, utilizados por centenas de terroristas do Hezbollah, deixou mais de mil feridos no Líbano nesta terça-feira, 17. O incidente, considerado sem precedentes, ocorreu em várias áreas do país onde o grupo tem forte presença, como Beirute e o sul do Líbano.
Segundo fontes próximas ao Hezbollah, os dispositivos pertenciam a um novo lote recentemente adquirido pelo grupo. Um oficial do Hezbollah afirmou que se acredita que um malware pode ter causado o superaquecimento e a explosão dos aparelhos. Alguns usuários relataram ter sentido os dispositivos esquentarem e os descartaram antes da explosão.
As autoridades libanesas de segurança interna confirmaram que diferentes tipos de dispositivos de comunicação sem fio explodiram em várias partes do país, especialmente nos subúrbios ao sul de Beirute.
A Cruz Vermelha e as equipes de emergência foram sobrecarregadas, com hospitais enfrentando dificuldades para lidar com o número crescente de vítimas, que apresentam desde dedos decepados até ferimentos graves no tronco.
O ministro da saúde do Líbano, Firas Abiad, afirmou que o número total de feridos ainda está sendo calculado, mas já é claro que os casos de emergência superam a capacidade dos hospitais, particularmente no sul do país, uma região controlada pelo Hezbollah.
As causas exatas das explosões ainda não foram determinadas, e o exército israelense se recusou a comentar o incidente. O evento ocorre em meio à escalada de tensões entre o Líbano e Israel, com ambos os lados trocando tiros regularmente desde o início do conflito entre Israel e o Hamas, no sul de Israel, em outubro de 2023.
Hezbollah: Origem e Evolução no Líbano
O Hezbollah é uma organização terrorista xiita fundada em 1982, durante a guerra civil libanesa e a guerra contra Israel no sul do Líbano. Apoiado inicialmente pelo Irã, o grupo surgiu como uma milícia com o objetivo de resistir ao exército israelense e promover a influência da Revolução Islâmica no Líbano. Desde então, o Hezbollah cresceu em poder militar e político, tornando-se um ator fundamental na política libanesa.
Sua ala militar é considerada uma das mais poderosas forças não estatais do mundo. Além disso, o Hezbollah também participa do parlamento libanês e administra serviços sociais e de saúde em áreas onde tem forte presença.
O grupo é amplamente responsabilizado por seus ataques terroristas contra Israel, incluindo a retirada de tropas israelenses do sul do Líbano em 2000 e sua participação no conflito de 2006. No entanto, seu envolvimento militar na guerra civil síria, apoiando o regime de Bashar al-Assad, e seus conflitos internos com facções libanesas aumentaram as divisões sectárias no país.
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