Jair Bolsonaro (PL; foto) confirmou nesta quarta-feira (23) que encaminhou uma fake news ao empresário Meyer Nigri pelo Whatsapp e o instruiu a “repassá-la ao máximo”.

O conteúdo aparece em decisão divulgada ontem, terça (22), do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que arquivou parte da investigação sobre um suposto grupo de mensagens golpistas envolvendo empresários. Nigri e o dono da Havan, Luciano Hang, continuam como alvos das investigações.

“Eu mandei para o Meyer, qual o problema? O [ministro Luís Roberto] Barroso tinha falado no exterior [sobre a derrota da proposta do voto impresso na Câmara, em 2021], eu sempre fui um defensor do voto impresso”, disse.

A mensagem foi encaminhada pelo contato “PR Bolsonaro 8” no celular de Nigri, um dos originalmente investigados no inquérito. Ao texto, encaminhado no dia 26 de junho, Nigri — que é um dos controladores da Tecnisa— respondeu: “Já repassei para vários grupos!” e “Abraços de Veneza.”. O então presidente estava em viagem oficial à Itália na ocasião.

“O ministro Barroso faz peregrinação no exterior sobre o atual processo eleitoral brasileiro, como sendo algo seguro e confiável. O pior, mente sobre o que se tentou aprovar em 2021: o voto impresso ao lado da urna eletrônica, quando ele se reuniu com lideranças partidárias e o Voto Impresso foi derrotado. Isso chama-se INTERFERÊNCIA. Todo esse desserviço à Democracia dos 3 ministros do TSE/STF, faz somente aumentar a desconfiança de fraudes preparadas por ocasião das eleições. O DataFolha infla os números de Lula para dar respaldo ao TSE por ocasião do anúncio do resultado eleitoral. REPASSE AO MÁXIMO”, diz a mensagem repassada por Bolsonaro, que pode ser encontrada ainda hoje nas redes sociais.

O grupo de Whatsapp de empresários bolsonaristas com trocas de mensagens golpistas foi revelado em agosto pela imprensa.

A Polícia Federal deflagrou hoje uma operação que mira empresários que defenderam um golpe de Estado caso Lula vença a eleição presidencial. Ao todo, 8 pessoas foram alvos de mandados de busca e apreensão autorizados por Moraes.

Além de Hang e Nigri, que continuam sob investigação, eram alvos: José Isaac Peres, da rede Multiplan, Ivan Wrobel, da Construtora W3, José Koury, do Barra World Shopping, Luiz André Tissot, do Grupo Sierra, Meyer Joseph Nigri, da Tecnisa, Marco Aurélio Raymundo, da Mormaii, e Afrânio Barreira Filho, do Grupo Coco Bambu.