Mais de 940 mil segurados já aceitaram acordo para reembolso após fraude do INSS
Ressarcimento terá início na quinta, 24, contemplando 400 mil beneficiários
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) já contabilizou mais de 948 mil segurados que aderiram ao acordo para ressarcimento de descontos indevidos relacionados a mensalidades associativas.
O número, decorrente do esquema de fraudes bilionárias revelado este ano, foi anunciado pelo presidente do órgão, Gilberto Waller Jr., em entrevista à GloboNews.
Segundo ele, os primeiros pagamentos começam nesta quinta, 24, beneficiando 400 mil pessoas. A partir de sexta, 25, o INSS fará lotes diários de 100 mil depósitos em dias úteis, respeitando a ordem de adesão.
O valor será pago integralmente, em parcela única, na mesma conta em que o beneficiário já recebe sua aposentadoria ou pensão.
Ao aceitar o acordo, o segurado abre mão do direito de processar o INSS no futuro pelos descontos indevidos, mas continua podendo acionar judicialmente as associações envolvidas nas cobranças irregulares.
A adesão é gratuita e pode ser feita presencialmente, em agências dos Correios, ou de forma digital pelo site e aplicativo Meu INSS.
“Ao assumirmos, o estoque de pedidos represados era de 2,7 milhões. Conseguimos uma queda de praticamente 10%, isso só foi possível graças aos mutirões, ao empenho dos servidores com trabalho extra, ao esforço concentrado em diversas frentes”, disse o presidente do INSS.
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Fraude
A fraude no INSS foi revelada pelo repórter Luiz Vassalo, cujas reportagens geraram investigações de auditores concursados da Controladoria-Geral da União (CGU) e agentes da Polícia Federal (PF).
Os casos surgiram em 2019, sob o governo de Jair Bolsonaro, e aumentaram exponencialmente quatro anos depois, sob o governo Lula. No total, 6 milhões de pessoas vinham sendo descontadas mensalmente em seu salário de aposentadoria, a maioria sem consentimento, comprometendo ao todo R$ 6,3 bilhões. Os descontos só foram alegadamente suspensos em abril de 2025.
O esquema levou ao afastamento de seis servidores, à demissão do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e à saída do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), após reunião com Lula.
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