Maioria dos brasileiros acha que Bolsonaro queria fugir, indica pesquisa
Outros 33% acreditam que o ex-presidente estava em surto paranoico ao tentar violar tornozeleira, diz Datafolha
Pesquisa Datafolha, divulgada no domingo, 7, indicou que 54% dos brasileiros acham que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) danificou a tornozeleira eletrônica para tentar fugir.
Outros 33% acreditam que ele estava em surto paranoico, e 13% não responderam.
O instituto de pesquisa ouviu 2.002 eleitores em 113 municípios brasileiros entre 2 e 4 de dezembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Prisão justa
Segundo o Datafolha, 54% dos eleitores consideram justa a prisão de Jair Bolsonaro. Outros 40% julgam que a medida não se justifica.
O levantamento também revela que 34% defendem que o ex-presidente cumpra sua pena em casa.
Bolsonaro começou a cumprir a pena de 27 meses e três meses de cadeia em 25 de novembro, após decisão do Supremo Tribunal Federal por sua atuação no esquema golpista que pretendia mantê-lo no poder depois da derrota para Lula (PT) em 2022.
Três dias antes da prisão, o ministro Alexandre de Moraes determinou a detenção imediata de Bolsonaro.
O ex-presidente estava em prisão domiciliar desde 4 de agosto. Em setembro, foi condenado ao lado de outros sete réus do chamado núcleo central da trama golpista.
Violação da tornozeleira de Bolsonaro
Bolsonaro utilizou um ferro de solda para tentar abrir a tornozeleira às 0h08 de 22 de novembro.
Em audiência de custódia, ele alegou ter sofrido uma “certa paranoia”.
“Indagado acerca do equipamento de monitoramento eletrônico, o depoente respondeu que teve uma ‘certa paranoia’ de sexta para sábado em razão de medicamentos que tem tomado receitados por médicos diferentes e que interagiram de forma inadequada (pregabalina e sertralina); que tem o sono ‘picado’ e não dorme direito resolvendo, então, com um ferro de soldar, mexer na tornozeleira, pois tem curso de operação desse tipo de equipamento”, diz o termo de audiência de custódia, em que o ministro do STF Alexandre de Moraes aparece como relator.
“Afirmou o depoente que, por volta de meia-noite mexeu na tornozeleira, depois ‘caindo na razão’ e cessando o uso da solda, ocasião em que comunicou os agentes de sua custódia”, segue o documento.
A defesa do ex-presidente afirmou ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, que o episódio registrado pelo sistema de monitoramento não representou tentativa de rompimento ou retirada do equipamento, mas resultado de um quadro de “confusão mental” provocado pela interação de medicamentos.
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