Lula volta a ecoar o Hamas: “Genocídio”
"São milhares de crianças mortas, milhares desaparecidas e não estavam morrendo soldados", disse Lula sem apresentar evidências
Lula voltou a ecoar a narrativa do Hamas e, assim, acusar Israel de cometer genocídio nesta sexta-feira, 23 de fevereiro, seis dias após comparar a situação na Faixa de Gaza ao Holocausto e iniciar uma crise diplomática com Tel Aviv.
“O que está acontecendo em Israel é um genocídio“, disse Lula em evento da Petrobras nesta sexta.
“São milhares de crianças mortas, milhares desaparecidas e não estavam morrendo soldados, está morrendo mulheres e crianças dentro do hospital. Se isso não é genocídio, eu não sei o que é genocídio“, acrescentou sem apresentar nenhuma evidência das alegações.
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No domingo, 18, Lula comparou as operações militares de Israel na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus promovido por Adolf Hitler.
“Sabe, o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino, não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse o petista durante entrevista a jornalistas no hotel em que está hospedado em Adis Abeba, capital da Etiópia.
90% contra
Segundo levantamento do instituto Quaest divulgado na segunda-feira, 19, mais de 90% das menções às declarações nas redes sociais foram negativas.
Lula foi classificado como “persona non grata” por Israel e houve repreensões duras até por parte de Yair Lapid, líder da oposição a Benjamin Netanyahu, que classificou as palavras do presidente brasileiro como “vergonhosas” e indicativas de “ignorância e antissemitismo”.
Em análise publicada em O Antagonista, Felipe Moura Brasil discorre sobre as implicações das comparações feitas por Lula, em que o presidente equipara as ações militares de Israel ao genocídio perpetrado por Hitler durante a Segunda Guerra Mundial.
Esta equivalência, rapidamente desmentida pelo próprio Lula em uma subsequente entrevista, não só banaliza o Holocausto mas também ilustra uma desconexão preocupante com a realidade dos fatos e com a sensibilidade histórica requerida ao tratar de tais temas.
Além disso, ao ser questionado sobre assuntos sensíveis envolvendo a Rússia de Putin e a Venezuela de Maduro, Lula demonstrou uma cautela contrastante, enfatizando a necessidade de investigações antes de emitir julgamentos.
Reiteração por pedido de desculpas
Nesta terça, 20, o ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, reiterou a espera por uma retratação de Lula pela comparação da situação em Gaza ao Holocausto.
“Milhões de judeus em todo o mundo estão à espera de seu pedido de desculpas. Como ousa comparar Israel a Hitler? É necessário lembrar ao senhor o que Hitler fez?”, publicou Katz.
“Que vergonha. Sua comparação é promíscua, delirante. Vergonha para o Brasil e um cuspe no rosto dos judeus brasileiros. Ainda não é tarde para aprender História e pedir desculpas. Até então – continuará sendo persona non grata em Israel!”, acrescentou.
Lula não é bem-vindo em Israel
Em visita ao memorial do Holocausto, onde se reuniu com o embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, Israel Katz começou suas críticas a Lula ainda na segunda, 19, afirmando que o presidente Lula não é bem-vindo em Israel.
“Não esqueceremos nem perdoaremos. É um ataque antissemita grave. Em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel – digam ao presidente Lula que ele é persona non grata em Israel até que o retire”, afirmou.
Filho de sobreviventes do Holocausto, Israel Katz disse ao embaixador brasileiro que o levou ao memorial porque o local testemunha “mais do que qualquer outra coisa, o que os nazistas e Hitler fizeram aos judeus”, incluindo aos membros da sua família.
“A comparação entre a guerra justa de Israel contra o Hamas e as atrocidades de Hitler e dos nazis é uma vergonha”, acrescentou.
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