Lula compara Brasil pós-Dilma à Faixa de Gaza
"O que eles fizeram nesses últimos, depois do impeachment da Dilma, é o que o Netanyahu está fazendo na Faixa de Gaza", disse Lula
Após meses promovendo a falsa equivalência entre a guerra na Palestina e o Holocausto, Lula chegou a um novo nível de ignorância sobre o conflito no Oriente Médio. O petista comparou a situação na Faixa de Gaza ao Brasil pós-impeachment de Dilma Rousseff.
“Esse país [Brasil], eu diria, o que eles [governos de Michel Temer e de Jair Bolsonaro] fizeram nesses últimos [anos], depois do impeachment da Dilma, é o que o Netanyahu está fazendo na Faixa de Gaza, lá na Palestina. O que eles fizeram com esse país foi um pouco isso”, disse Lula em evento no interior de São Paulo, nesta terça-feira, 23 de julho, pela comemoração de 10 anos de um campus da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
“Todo final de semana agora, este final de semana, morreu mais 70 pessoas na faixa de Gaza. A semana passada, morreu mais 90. E quem é que está morrendo? É soldado? Não. É terrorista? Não. Quem está morrendo? São mulheres e crianças que são vítimas dos ataques, todo santo dia, de um governo que já foi condenado pelo Tribunal Internacional”, acrescentou o petista, reproduzindo a narrativa do grupo terrorista Hamas.
A declaração de Lula é enganosa.
Relatório do think tank americano The Washington Institute for Near East Policy estima que o número de mortes em Gaza possa ser superior aos 30.000 que o Hamas usa em sua propaganda, mas a maioria dos mortos seriam homens, incluindo terroristas.
Lula reproduz tudo que o Hamas diz
A StandWithUs Brasil, instituição educacional sobre Israel presidida pelo cientista político André Lajst, rebateu neste domingo, 14 de julho, as declarações mais recentes de Lula sobre a guerra em Gaza contra o Hamas.
Como mostramos, o petista afirmou mais cedo nas redes sociais que Israel “segue sabotando o processo de paz e o cessar-fogo no Oriente Médio”.
Lula citou o bombardeio de sábado na região de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza. A operação das Forças de Defesa de Israel tinha como alvo Mohammed Deif, principal comandante militar do grupo terrorista e um dos organizadores dos atentados de 7 de outubro de 2023.
Em nota, a StandWithUs Brasil afirmou que Lula, “mais uma vez, tira conclusões erradas a partir de informações falsas” divulgadas pelo grupo terrorista.
Leia abaixo a íntegra da nota:
“Israel não atacou ‘tendas’ com ‘mulheres, idosos e crianças’, mas um esconderijo do Hamas, cercado de árvores, onde informações de inteligência indicavam que se escondiam dois dos mais sanguinários líderes do grupo terrorista: o comandante Mohammed Deif, chefe do braço militar do Hamas e um dos arquitetos do massacre de 7/10, e Rafah Salameh, o vice-chefe e, além disso, principal comandante do Hamas em Khan Yunis.
A morte de Salameh foi confirmada e existem fortes indícios de que Deif também tenha sido neutralizado. Ambos os terroristas estão entre os principais responsáveis pelo maior massacre de judeus por serem judeus desde o Holocausto nazista.
Como sempre, o Hamas divulgou informações falsas sobre o número de vítimas do ataque, sem distinguir entre combatentes e civis, já que, para eles, todos são ‘mártires’ da guerra santa contra o povo judeu. Mais uma vez, sem qualquer evidência, o grupo terrorista diz que a maioria das vítimas são ‘mulheres, idosos e crianças’, o que já se provou falso em ocasiões anteriores. Infelizmente, em conflitos armados, sempre há baixas entre civis, mas é importante identificar os verdadeiros responsáveis por isso. E, nesse caso, é o Hamas.
O presidente da República deveria ser mais cauteloso e responsável, e não continuar reproduzindo tudo o que o Hamas afirma sobre cada ação militar de Israel, numa guerra que o país não buscou e que foi obrigado a lutar depois de ser atacado.
Por último, o presidente Lula deveria lembrar que, desde o início da guerra, Israel fez diversas propostas de acordo de cessar-fogo, a última delas no dia 27 de maio.
O melhor que o governo brasileiro poderia fazer para ajudar para que o cessar-fogo aconteça é instar o Hamas a aceitá-lo, depor as armas e libertar os reféns (entre os quais há mulheres, idosos e crianças) ainda mantidos em cativeiro em condições desumanas, permitindo que voltem a se reunir com suas famílias.”
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