Lula: 2017 “horribilis”
2017 foi um ano “horribilis” para Lula. Ele foi condenado a nove anos e meio de cadeia por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, foi acusado de liderar a roubalheira petista...
2017 foi um ano “horribilis” para Lula.
Ele foi condenado a nove anos e meio de cadeia por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, foi acusado de liderar a roubalheira petista por ninguém menos do que Antonio Palocci e foi denunciado pela PGR como grande idealizador da ORCRIM, na denúncia do “quadrilhão”.
Dizendo-se vítima de perseguição política, redobrou os ataques ao Ministério Público, que o investiga e denuncia, e ao juiz Sérgio Moro, diante de quem ele depôs duas vezes e que já o condenou no caso do triplex.
Na mesma linha, saiu viajando pelo Brasil, em encenações públicas que tentaram demonstrar que o carisma do líder persiste. As pequenas plateias que compareceram para ouvi-lo, contudo, revelaram que a onça, na verdade, foi gravemente ferida.
Nos arroubos para desacreditar quem o acusa de ter feito o que fez, proferiu um discurso imoral no Rio, sugerindo que a crise fluminense seria fruto da limpeza promovida pela Lava Jato e colocando em dúvida a existência da roubalheira ocorrida na Petrobras. No dia seguinte, a força-tarefa da Java Jato realizou cerimônia para restituir cerca de R$ 650 milhões que os gatunos haviam subtraído da estatal (até março, a Lava Jato já havia recuperado R$ 11,5 bilhões). Lula não explica, é claro, por que aqueles que foram flagrados pela Lava Jato devolveram tanto dinheiro.
Lula é réu em seis ações: três na operação Lava Jato, duas na Zelotes e uma na Janus.
Rejeitado por 54% dos brasileiros, ele mesmo assim aparece em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, graças ao terço do eleitorado teimosamente petista e à fraqueza dos seus adversários. Mas dificilmente Lula conseguirá fugir da Justiça para o Palácio do Planalto.
No dia 24 de janeiro, o TRF-4 julgará o recurso contra a condenação a nove anos e meio de prisão, no caso do triplex. Se a sentença de Sérgio Moro for confirmada em segunda instância, o petista poderá ter a prisão decretada.
Não importa a quantidade de recursos de que a sua defesa fará uso, o ano “horribilis” está longe de terminar para Lula.
O que é “horribilis” para Lula é “mirabilis” para os cidadãos decentes.
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