Dominguetti desconfiava de ‘parceiros’, mas queria vender de tudo: “Bora”
Luiz Paulo Dominguetti disse a um interlocutor, ainda no começo deste ano: "boar [bora] vender". Os erros de digitação não impedem a compreensão das mensagens obtidas pela CPI da Covid por meio da quebra de sigilos e às quais O Antagonista e a Crusoé tiveram acesso...
Luiz Paulo Dominguetti disse a um interlocutor, ainda no começo deste ano: “boar [bora] vender”.
Os erros de digitação não impedem a compreensão das mensagens obtidas pela CPI da Covid por meio da quebra de sigilos e às quais O Antagonista e a Crusoé tiveram acesso.
Os dados do WhatsApp de Dominguetti mostram como ele negociava de tudo e desconfiava de seus “parceiros”. O policial militar, em meio à pandemia, também se oferecia para aparentemente fazer negócios envolvendo a compra de seringas, luvas, oxímetros, imunizantes contra outras doenças e ivermectina, medicamento sem eficácia contra a Covid.
Um interlocutor de Dominguetti identificado como “wemerson Contato Romário” avisou, em 14 de janeiro: “Vacina no Brasil pra compra imediata. 1 MM Lab Sanofi. Tetravalente. Fluquadri. Vence Dez/2021.”
A vacina quadrivalente da Sanofi Pasteur, de marca FluQuadri, de fato existe, mas não se trata de uma vacina contra a Covid. A Sanofi ainda está desenvolvendo sua vacina contra a Covid, cujo ensaio clínico foi aprovado pela Anvisa apenas ontem (6), quase seis meses depois da mensagem enviada ao cabo da Polícia Militar.
Dominguetti perguntou, em duas mensagens separadas: “Valor. ?”.
O interlocutor respondeu: “Seco 52”.
Dominguetti pediu mais informações: “Tem comprovação da vacina. Foto da caixa? Da validade?”.
“[w]emerson contato Romário” respondeu: “As informações estão aí”.
Insatisfeito, Dominguetti depois retrucou: “Não enviam loi [carta de intenção] sem essas informações. Comprovação da vacina no chao [sic]. Tenho 4 compradores”.
Depois de encaminhar alguns mensagens, Dominguetti prosseguiu: “Só mandar a loja de seu comprador que este over até 52 dividido em três grupos”.
E depois: “Boar [sic] vender”.
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