Lira recua e retoma os trabalhos da Câmara
O deputado, no entanto, não pautou nenhum projeto de prioridade para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), se reuniu na tarde desta terça-feira (27) com líderes do governo e decidiu recuar da decisão de paralisar os trabalhos da Casa nesta semana. Como noticiamos mais cedo, Lira aproveitou a insatisfação da bancada ruralista no Congresso para dar novos recados ao Palácio do Planalto sobre a falta de articulação da base governista.
Essa seria a primeira vez que a Câmara ficaria sem deliberações em plenário neste ano de 2023. Após o encontro com o deputado José Guimarães, na Residência Oficial, Lira publicou a pauta de votações para esta terça com duas propostas.
O deputado pautou a Medida Provisória (MP) que libera crédito extraordinário para combater a gripe aviária, pauta de interesse do agronegócio, articulador da obstrução. O deputado também vai colocar em votação um projeto de lei que determina a reserva para filmes nacionais nos cinemas do país.
Após a sessão desta quarta, Lira só pretende retomar as votações em plenário a partir da terça-feira (26), na semana que vem. Ou seja, apesar de retomar os trabalhos, Lira não pautou nenhum projeto de interesse do Palácio do Planalto.
Conforme apurou O Antagonista, o pano de fundo dessa nova crise de Lira com o governo tem ligação direta com a indicação de nomes para a Codevasf e para as 12 vice-presidências da Caixa. Até o momento, o governo Lula não liberou os cargos para partidos do Centrão: leia-se PP, Republicanos, União Brasil e PSD.
O partido do presidente da Câmara assumiu recentemente o comando do Ministério do Esporte com a indicação de André Fufuca. As negociações sobre o comando da Caixa, no entanto, foram travadas por Lula.
A expectativa agora é de que o petista só faça uma eventual troca de Serrano no final deste ano. Integrantes do Planalto sinalizam que o presidente que testar a fidelidade dos partidos nas próximas votações de interesse do governo no Congresso.
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