Lira esnoba o governo Lula – por enquanto
Presidente da Câmara tem dito a aliados que próximos ministros precisam ficar até o final do governo já de olho em 2026

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), indicou a aliados durante seu jantar de despedida, ocorrido na noite desta sexta-feira, 31, que não pretende assumir qualquer cargo no governo Lula.
Segundo o que apurou este portal, Lira fala que iria para o governo apenas diante de uma “proposta irrecusável” e que ele não se incomodaria em voltar a ser “chão de fábrica”, em referência à base parlamentar.
Aliados do governo Lula e o virtual futuro presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos), trabalham para que Lira assuma o Ministério da Agricultura. No entanto, o PP sempre pleiteou o Ministério da Saúde e, como mostramos, já deixou claro para o Palácio do Planalto que Lira merece uma pasta com capacidade de execução e de entrega. Aquilo que a Agricultura não pode oferecer.
O presidente da Câmara também tem afirmado a aliados que os próximos ministros de Lula precisam garantir, agora, a fidelidade ao governo nas eleições de 2026, algo que ele, Lira, não conseguiria garantir.
Popularidade de Lula enseja mudança de planos de Lira
Segundo aliados de Lira, também pesa na resistência do presidente da Câmara a popularidade em queda do presidente da República e a possibilidade de virada na correlação de forças políticas no Nordeste. Apesar de ser uma região dominada pelo petismo, alguns parlamentares já detectam flancos de dissidência, o que pode impactar nas eleições de 2026. Lira é pré-candidato ao Senado e vai disputar o cargo justamente contra Renan Calheiros (MDB).
Mesmo antes de ser presidente da Câmara, Lira atuava nos bastidores e conseguiu consolidar o bloco de parlamentares que se chama de Centrão. Sem um cargo em mãos, a tendência é que ele volte a operar como líder informal do grupo e tenha influência também na Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), um dos grupos de deputados mais poderosos no Congresso.
Como mostramos mais cedo, a gestão Lira foi marcada por vários episódios de tensões entre o Poder Executivo e Legislativo, principalmente no que se refere à gestão das emendas parlamentares. Graças ao grupo de Lira, os deputados ganharam poder e puderam indicar um valor recorde em emendas ao orçamento. Ao todo, em 2024, deputados e senadores puderam sugerir obras no valor de 54 bilhões de reais.
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Comentários (1)
Clayton De Souza pontes
01.02.2025 08:49Lira x Renan será uma oportunidade incrível para os alagoanos se livrarem deles e colocarem alguém menos sistema que possa trazer orgulho àquele povo