Lesa Pátria: PF busca por foragidos do 8 de janeiro
A ação tem como alvos investigados e condenados por terem participado dos atos de vandalismo nas sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023
A Polícia Federal deflagrou uma operação com o objetivo de capturar os foragidos da Operação Lesa Pátria. Os policiais federais estão cumprindo mandados de prisão preventiva, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 18 estados e no Distrito Federal.
A ação tem como alvo investigados e condenados vinculados aos atos ocorridos em 8 de janeiro de 2023. Ao longo de 27 fases, a Operação Lesa Pátria já realizou centenas de prisões, incluindo vândalos, financiadores, autoridades omissas e incitadores dos crimes ocorridos no início do ano passado.
Pelo menos oito indivíduos condenados ou investigados por envolvimento nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 conseguiram fugir do Brasil após quebrarem as tornozeleiras eletrônicas que usavam por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).
Quem são os foragidos
Um dos fugitivos é o músico Ângelo Sotero, de 59 anos, que foi condenado a 15 anos e seis meses de prisão pelo plenário do STF por tentativa de golpe de Estado e associação criminosa em novembro. Segundo seu advogado, Hemerson Barbosa, Sotero fugiu há cerca de um mês e quebrou a tornozeleira eletrônica que utilizava. Ele atravessou a fronteira com a Argentina pela cidade de Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina.
Outros indivíduos que também fugiram para a Argentina são o corretor Gilberto Ackermann, de 50 anos, condenado a 15 anos de prisão; Raquel de Souza Lopes, de 51 anos, condenada a 16 anos e seis meses; o empresário Luiz Fernandes Venâncio, de 50 anos, que ainda aguarda julgamento; Rosana Maciel Gomes, de 50 anos, condenada a 14 anos; e o pedreiro Daniel Luciano Bressan, de 37 anos.
Já Alethea Verusca Soares, de 49 anos, condenada a 17 anos de prisão, teria fugido para o Uruguai saindo de Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul. Posteriormente, ela teria seguido para a Argentina. Jupira Silvana da Cruz Rodrigues, de 58 anos, também teria ido para o Uruguai.
Além disso, as empresárias Flávia Cordeiro Magalhães Soares, de 47 anos, e Fátima Aparecida Pleti, de 61 anos, também conseguiram burlar as tornozeleiras eletrônicas, conforme revelado pelos processos judiciais. No entanto, não há informações sobre o paradeiro delas. Flávia possui um mandado de prisão em aberto desde fevereiro, segundo dados do banco de mandados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Deputados pedem asilo para fugitivos na Argentina
Na semana passada, os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Júlia Zanatta (PL-SC), Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Rodrigo Valadares (União-SE) realizaram uma viagem a Buenos Aires com o objetivo de participar de um evento promovido pela deputada argentina Maria Celeste Ponce, aliada do presidente Javier Milei.
Durante a visita, os parlamentares bolsonaristas fizeram um apelo para que os brasileiros considerados foragidos após os ataques golpistas de 8 de janeiro sejam recebidos como exilados políticos.
Medidas cautelares judiciais
Mais de duzentos réus deliberadamente descumpriram medidas cautelares judiciais ou fugiram para outros países, na tentativa de evitar a aplicação da lei penal. Até o momento, 37 pessoas foram presas nos estados do Espírito Santo, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Bahia, Paraná e no Distrito Federal. A Polícia Federal continua em diligências para localizar e capturar outros 169 condenados ou investigados considerados foragidos.
Os crimes investigados envolvem a abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime e destruição ou inutilização de bem especialmente protegido.
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