Leonardo Barreto na Crusoé: Uma brecha na muralha de Arthur Lira
Em sua coluna semanal da revista Crusoé, Leonardo Barreto fala sobre as articulações de Arthur Lira (PP-AL). Ora ele está defendendo a independência da Câmara e seus interesses corporativos, ora sinalizando ao governo...
Em sua coluna semanal da revista Crusoé, Leonardo Barreto fala sobre as articulações de Arthur Lira (PP-AL). Ora ele está defendendo a independência da Câmara e seus interesses corporativos, ora sinalizando ao governo, o alagoano é visto tanto como rede de proteção pelo mercado contra desatinos fiscais, quanto como a chave do cofre que Fernando Haddad quer acessar para aumentar a arrecadação e desarmar bombas fiscais plantadas pela sua própria base.
Combinado com sua capacidade de esconder o jogo, Lira também encapsulou o processo decisório da Câmara dentro de um pequeno grupo chamado “Colégio de Líderes”. Se, antes dele, as reuniões desse grupo se davam “apenas” para definir a pauta de votações, hoje definem relatores, distribuição de recursos e placares de votações. Feito às portas fechadas, com a sociedade sendo informada apenas por meio de vazamentos, o que elevou o preço do jornalismo de bastidores, esse modus operandi faz de todos seus reféns. Toda semana, o governo e a sociedade civil esperam o que vai sair dali.
Uma parte da responsabilidade por esse estado de coisa é das instituições. O período em que Lira contou com a distribuição arbitrária de parte do orçamento nas suas mãos – as tais emendas de relator – foi muito bem aproveitado para formar um forte círculo de influência. Além disso, a fidelidade partidária e o financiamento público de campanha deram controle sem precedentes aos líderes das suas bancadas. Como as cúpulas dos partidos decidem arbitrariamente quanta verba de campanha vai ser direcionada a cada um, a não ser que você seja um milionário disposto a gastar na própria reeleição, precisa estar bem com o seu líder para ser recompensado em 2026. A outra parte da explicação, no entanto, é o próprio Lira e seu jogo de iludir – tão típico da política – e concentrar decisões.
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