Leonardo Barreto na Crusoé: Lulismo sem filtros
Petista reforça controle presidencial na Petrobras, no Banco Central, no Congresso e no Rio Grande do Sul, com envio de seu preposto
Em sua coluna para a edição de número 315 de Crusoé, Leonardo Barreto escreve sobre o controle do lulismo no governo. Ele destaca intervenções na Petrobras, STF, no Banco Central e até mesmo nas enchentes que praticamente destruíram o Rio Grande do Sul.
As placas tectônicas da política brasileira se movimentaram mais uma vez. Uma combinação de movimentos políticos ampliou a ocupação de espaços por parte de Lula, redobrando a aposta na sua capacidade pessoal de influenciar nas decisões econômicas. O lulismo está se apresentando sem filtros nem intermediários.
Intervenção direta na Petrobras, divisão do Banco Central, operacionalização do STF para dobrar o Congresso Nacional, criação de um canal direto entre Lula e os presidentes da Câmara e do Senado e nomeação de um preposto no Rio Grande do Sul para coordenar esforços de reconstrução do Estado. Todos esses movimentos colaboram para um reforço do controle presidencial sobre o processo decisório.
No caso da estatal petroleira, a troca do presidente – de um político, Jean Paul Prates, para uma burocrata, Magda Chambriard – tem o objetivo declarado de usar a estatal para turbinar o plano de investimentos do governo já anunciados na nova versão do PAC. Trata-se de uma vitória do ministro da Casa Civil, Rui Costa, e da ideia de que crescimento econômico deve ocorrer por meio de obras e intervenção estatal e não pela melhoria do ambiente macro.
A reunião do Copom mostrou uma divisão entre diretores nomeados antes e após Lula e alimentou a expectativa negativa de que decisões mais frouxas de combate à inflação tomarão assento quando Campos Neto passar a bola para o seu sucessor no final do ano. Embora tenha havido um esforço de comunicação posterior, para montar uma operação de “parece, mas não é”, o fato é que o estrago foi feito e há desconfiança quanto à atuação futura do Banco Central que, diga-se de passagem, é a principal âncora de credibilidade do país diante dos investidores atualmente.
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