A troca de mensagens que embasou a operação da PF contra Carluxo
Para a PGR, a troca de mensagens flagradas no celular de Ramagem confirma a tese de que havia um sistema de monitoramento
A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes que autorizou a operação da Polícia Federal (PF) contra Carlos Bolsonaro (Republicanos) foi baseada em uma troca de mensagens entre o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) e a assessora do filho do ex-presidente. Essa troca de mensagens ocorreu em 2020.
Para a Procuradoria Geral da República (PGR), a troca de mensagens flagrada no celular de Ramagem confirma a tese de que havia um sistema de monitoramento que beneficiava diretamente aliados de Jair Bolsonaro.
Ainda conforme a PGR, Luciana Almeida, assessora de Carlos Bolsonaro, operava como intermediadora das demandas do interesse do vereador com Alexandre Ramagem. Moraes diz na decisão:
“Da mesma forma, destaca a autoridade policial que a existência do Núcleo. Político e os serviços prestados pela estrutura paralela infiltrada na ABIN ganha concretude no pedido realizado por Carlos Nantes Bolsonaro, por meio de sua assessora Luciana Almeida, ao delegado Alexandre Ramagem, através de Priscilla Pereira e Silva”.
Eis o teor da mensagem enviada:
Investigações
“A solicitação de ‘ajuda’ se referia a investigações que envolveriam os filhos do então presidente da República e deste mesmo. A autoridade representante enxerga no episódio o recurso do que chama de ‘núcleo político’ do grupo ao dr. Ramagem, para obtenção de informações sigilosas e/ou ações ainda não totalmente esclarecidas“, diz a PGR no pedido de busca e apreensão contra Carlos Bolsonaro.
A PGR ainda acrescenta: “A interferência sobre procedimentos não seria acontecimento avulso no período. A representação minudencia a descoberta de impressão, pelo dr. Ramagem, em fevereiro de 2020, de informações de inquéritos eleitorais em curso na Polícia Federal que listavam políticos do Rio de Janeiro”.
Como mostramos mais cedo, o vereador Carlos Bolsonaro foi alvo de uma operação da PF que investiga o uso político de instrumentos da Abin (Agência Brasileira de Inteligência). A ação desta segunda-feira, 29, é um desdobramento da operação Vigilância Aproximada, desencadeada na semana passada e que mirou o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).
Carlos Bolsonaro é investigado por ter supostamente sido beneficiado das informações produzidas pela chamada “Abin paralela”. Segundo a PF, o ex-diretor-geral da Abin utilizou o software First Mile para monitorar aproximadamente 1,5 mil pessoas. Segundo a decisão de Moraes, ocorreram mais de 60 mil monitoramentos.
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