Laboratório que errou testes de HIV no Rio atende 10 unidades de saúde
PF investiga caso de pacientes que receberam órgãos contaminados por HIV no Rio
O Laboratório PCS Lab Saleme, envolvido no erro que resultou em seis pacientes transplantados infectados com HIV no Rio de Janeiro, também prestava serviços para outras 10 unidades de saúde da rede estadual.
Segundo a TV Globo, o laboratório prestava serviços de análises clínicas e patológicas, com exames de sangue e de identificação de doenças como toxoplasmose, hepatite, sífilis e até câncer.
De 2022 até setembro de 2024, o valor empenhado pela Secretaria de Saúde em contratos com a PCS Lab Saleme era de R$ 21,5 milhões.
Erros em exames sorológicos podem ter contribuído para a disseminação do vírus em pacientes que aguardavam na fila para transplantes no Rio de Janeiro.
A Polícia Federal informou que vai investigar o caso. Uma auditoria para investigar o sistema de transplantes no estado também foi instaurada pelo Ministério da Saúde.
De acordo com o governo estadual, os erros ocorreram em dois exames realizados pelo laboratório PCS Lab Saleme, contratado em dezembro de 2023 para realizar sorologias de órgãos doados.
Segundo reportagem do G1, a empresa, localizada em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, foi contratada em caráter emergencial, em um processo de licitação no valor de R$ 11 milhões.
O Ministério da Saúde determinou que a testagem de todos os doadores de órgãos no estado voltasse a ser feita exclusivamente pelo Hemorio.
“Situação sem precedentes”
A Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) afirmou em nota divulgada na sexta-feira, 11, considerar o caso “inadmissível” e ressaltou que se trata de uma situação sem precedentes.
“Esta é uma situação sem precedentes. O serviço de transplantes no Estado do Rio de Janeiro sempre realizou um trabalho de excelência e, desde 2006, salvou as vidas de mais de 16 mil pessoas.”
Segundo a secretaria, uma sindicância foi instaurada para identificar e punir os responsáveis.
Relações e responsabilidades
O laboratório investigado é de propriedade de um primo do ex-secretário de Saúde, Doutor Luizinho. A contaminação veio à tona em setembro de 2024, quando um paciente transplantado apresentou sintomas neurológicos e testou positivo para HIV.
O paciente havia recebido um coração em janeiro daquele ano e não possuía o vírus antes do procedimento. A partir deste caso, as autoridades refizeram o processo e identificaram que outros pacientes também foram infectados.
Foram realizados novos exames em amostras preservadas de doadores, e a SES-RJ confirmou a presença do HIV em alguns órgãos transplantados. Pacientes que receberam rins e fígado também testaram positivo. Uma exceção foi o receptor de uma córnea, que não apresentou contaminação. A SES-RJ continua revisando amostras de outros doadores e confirmando a extensão do problema.
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