Júlio Marcelo reage a pedido de suspeição e cita presença de Bruno Dantas em jantar de Lula
Alvo de um pedido de suspeição apresentado por Lucas Furtado e analisado por Bruno Dantas, o procurador Júlio Marcelo de Oliveira reagiu hoje às acusações. Em manifestação enviada ao gabinete do ministro, Marcelo diz que a "esdrúxula arguição de suspeição" é "totalmente descabida" e deveria ser considerada "improcedente". Segundo ele...
Alvo de um pedido de suspeição apresentado por Lucas Furtado e analisado por Bruno Dantas, o procurador Júlio Marcelo de Oliveira reagiu hoje às acusações. Em manifestação enviada ao gabinete do ministro, Marcelo diz que a “esdrúxula arguição de suspeição” é “totalmente descabida” e deveria ser considerada “improcedente”.
Segundo ele, trata-se de uma estratégia de Furtado para “impedir que o membro regularmente sorteado e com opinião divergente da sua” atue no processo sobre a consultoria de Sergio Moro à Alvarez & Marsal.
“É o exmo. subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado que, por sua atípica atuação no TC 006.684/2021-1, parece ter algum interesse especial no caminhar ou no desfecho desse processo. É ele quem deve ser impedido de continuar atuando na aludida representação (a não ser na condição de recorrente, após o julgamento de mérito, conforme art. 19, inciso III, da Portaria MP/TCU 2/2020), e não este procurador, que foi o membro regularmente sorteado para atuar no feito.”
Para o procurador, não há a mínima base na acusação de que manteria “amizade íntima ou interesse no julgamento do processo” envolvendo Moro, por causa de “antigas e esporádicas postagens em redes sociais”, nas quais registrou apenas “admiração e apreço pelo trabalho desenvolvido no combate à corrupção”.
Dessa forma, declará-lo suspeito para atuar no processo “seria absolutamente inusitado, inovador, inédito e contrário à realidade e à jurisprudência do país”.
Caso o faça, ressalta Júlio Marcelo, o ministro deveria, por coerência, se afastar do caso. O procurador cita a presença de Bruno Dantas no jantar em homenagem a Lula, realizado em dezembro, e do suposto interesse em vir a ocupar uma vaga no Supremo.
“Por um mínimo de coerência, certamente também se declarará suspeito para relatar o processo principal, uma vez que Vossa Excelência, como noticiado por toda a mídia, já no curso do processo, agora no último mês de dezembro, vem de participar de festivo jantar promovido por grupo de advogados ostensivamente hostis à operação Lava Jato, ao ex-juiz Sérgio Moro e aos membros do MPF, jantar de natureza político-partidária, com a finalidade de manifestar apoio à pré-candidatura do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, que poderá, se eleito for, nomear Vossa Excelência para o cargo de ministro do STF, de onde se inferiria um possível interesse de Vossa Excelência na existência, no desenrolar e no desfecho do processo principal, uma vez que o ex-juiz Sergio Moro figura como pré-candidato adversário do ex-presidente.”
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