Josias Teófilo na Crusoé: As grades do palácio
A retirada das barreiras que cercavam prédios públicos de Brasília parece passar uma mensagem: “Nós não temos mais medo das massas nas ruas”
Josias Teófilo fala em sua coluna, para a edição de número 304 da Crusoé, sobre a retirada das grades em frente aos palácios de Brasília e de outras cidades. Para ele isso parece ser uma mensagem: “Nós não temos mais medo das massas nas ruas”.
Junho de 2013 trouxe vários elementos novos ao cenário político brasileiro, um deles é um detalhe pitoresco: as grades em frente aos palácios de Brasília e outras cidades. Com as tentativas de invadir os prédios públicos – Prefeitura de São Paulo, prédios na Praça dos Três Poderes em Brasília e outros por todo o país – inclusive com depredação, resultando em policiais e manifestantes feridos, espalhou-se um medo genuíno de que a população invadisse os edifícios e até atacasse os políticos que lá estavam.
Resultado direto do medo do povo na rua: um pacote de leis foi aprovado. O objetivo era para aplacar a sanha destruidora das massas. Entre essas leis estava a Lei de Delação Premiada, que possibilitou a Lava Jato e levou ao impeachment de Dilma, à prisão de Lula, à ascensão de Temer e posteriormente de Bolsonaro à Presidência da República (se bem que esse último fato não tem relação direta, mas indireta, com os anteriores).
As grades na Praça dos Três Poderes duraram de junho de 2013 (primeiro provisória, depois definitivamente – o que motivou críticas da filha de Lucio Costa, que argumentava que as grades não faziam parte do projeto da cidade) até 1º de fevereiro de 2024, quando o ministro do STF Luís Roberto Barroso e o presidente Lula as retiraram, posando para fotos.
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