Josias Teófilo na Crusoé: A sacralidade do cotidiano
As crenças e o ritos podem não representar aquilo em que hoje o indivíduo acredita, mas a crença dos seus antepassados, que lhe foi transmitida
Em sua coluna para edição de número 307 da Crusoé, Josias Teófilo escreve sobre a crença do brasileiro, até mesmo aqueles que estão longe de alguma religião.
Quando alguma coisa grave acontecia, minha avó Helena exclamava: “Pela hóstia consagrada!”. Minha bisavó, Dona Rozilda, rezava o terço todo dia e conhecia cada oração para situações específicas. Meu padrasto diz que a mãe – que foi uma católica fervorosa – não tinha defeitos. Minha mãe questionava: “Como é possível uma pessoa não ter defeitos?”. E ele insistia: “Ela era uma santa, não tinha defeitos”.
Um conhecido cada vez que compra um carro o leva para Aparecida para obter uma bênção. Outro teve um problema no carro que parecia insolúvel até que o banhou com água benta, aí o carro parou de quebrar. Uma senhora que conheço, que realiza missas em sua casa, tem um altar e uma imagem religiosa em cada canto da casa. Outra costuma cozinhar com sal exorcizado e água benta.
O leitor terá, certamente, outros exemplos semelhantes, do seu próprio entorno.
Ainda hoje o brasileiro – até aquele que está afastado da religião – costuma colocar um terço (ou vários) pendendo sobre o retrovisor do carro (assim como vi na Rússia colocarem ícones religiosos no painel de carros e ônibus) para proteger-se.
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