José Nêumanne Pinto na Crusoé: Balas a esmo neste país perdido
Um tiro à toa, disparado não se sabe por quem, atingiu Eloah Santos, de 5 anos, que em teoria estava em lugar seguro, protegida pelas paredes de sua casa na Cova da Onça, Dendê, Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, enquanto brincava inocentemente na companhia de um adulto, sua avó...
Um tiro à toa, disparado não se sabe por quem, atingiu Eloah Santos, de 5 anos, que em teoria estava em lugar seguro, protegida pelas paredes de sua casa na Cova da Onça, Dendê, Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, enquanto brincava inocentemente na companhia de um adulto, sua avó. Thayná Rodrigues registrou no Globo: “Quando foi atingida, a criança pulava sobre a cama em comemoração ao ‘mesversário’ da irmã caçula, de três meses”.
O relato da colega segue: “O tiro foi disparado durante uma manifestação de populares por conta da morte de um jovem de 17 anos que teria trocado tiros com a Polícia Militar, de acordo com a própria corporação. Em nota, a PM informou que ‘não havia operação policial no interior da comunidade'” naquele instante.
Dois dias depois, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, criticou a expressão “bala perdida”. De fato, a definição é inexata, mas mais infeliz é a repetição de teorias improvisadas e, sobretudo, inócuas, como a que ele fez durante o programa “Conversa com o Presidente”, transmitido pelo canal Gov. “Que bala perdida é essa? Alguém atirou para aquele lado, porque senão essa bala não se perdeu. Essa bala foi atirada para aquele lado para atingir alguém e pegou uma criança de 5 anos de idade. Aonde é que a gente vai parar com esse tipo de comportamento, de violência?”, ele disparou. Aonde mesmo, presidente?
Leia mais: Assine a Crusoé, a publicação que fiscaliza TODOS os poderes da República.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)