Jerônimo Teixeira, na Crusoé: Ozonioterapia, golpe de 2016 e outras lorotas cotidianas
A medição de temperatura na entrada de lojas, supermercados e shopping centers incorporou-se à paisagem pandêmica. O leitor deve lembrar desse profissional surgido em 2020: o funcionário que ficava postado na entrada do estabelecimento com um termômetro digital infravermelho, para barrar quem tivesse febre...
A medição de temperatura na entrada de lojas, supermercados e shopping centers incorporou-se à paisagem pandêmica. O leitor deve lembrar desse profissional surgido em 2020: o funcionário que ficava postado na entrada do estabelecimento com um termômetro digital infravermelho, para barrar quem tivesse febre.
De início, a medição era feita na testa. Mas então espalhou-se pela internet o boato de que o infravermelho causava câncer na glândula pituitária. Também se falava que a luzinha do termômetro poderia cegar a pessoa examinada, se por caso incidisse sobre seus olhos. Essas afirmações eram desprovidas de fundamento, e as diligentes agências de checagem publicaram desmentidos. Não adiantou: a temperatura dos clientes passou a ser tomada no pulso.
Essa concessão à irracionalidade teve consequência nula sobre as taxas de transmissão, mas é uma demonstração eloquente do poder da mentira. Estávamos em um período no qual todo o dia a imprensa invocava a Ciência, com maiúscula, como uma divindade infalível em cujo altar deveríamos fazer sacrifícios. Mas o Zé Ruela e a Mãe do Badanha foram ao Facebook dizer que luzinha vermelha mata, e todos acreditaram.
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