Janones: “Acham que três ou quatro engomadinhos vão decidir um candidato? Não vão”
O deputado federal André Janones (foto), aquele presidenciável que existe, como já dissemos, continua pontuando nas pesquisas mais do que nomes como João Doria (PSDB), Simone Tebet (MDB) e Luiz Felipe d'Ávila (Novo). Ontem, União Brasil, MDB, PSDB e Cidadania prometeram anunciar em 18 de maio o candidato ou a candidata de consenso...
O deputado federal André Janones (foto), aquele presidenciável que existe, como já dissemos, continua pontuando nas pesquisas mais do que nomes como João Doria (PSDB), Simone Tebet (MDB) e Luiz Felipe d’Ávila (Novo).
Ontem, União Brasil, MDB, PSDB e Cidadania prometeram anunciar em 18 de maio o candidato ou a candidata de consenso do grupo para a disputa ao Palácio do Planalto. Janones não é uma possibilidade.
“Não estou participando dessas conversas e jamais participaria. Esse tipo de diálogo que está havendo mostra o porquê de a gente ter hoje Lula e Bolsonaro polarizando. Esses partidos agem como se a gente ainda estivesse na política do café com leite. Eles acham que três ou quatro engomadinhos, engravatados, sentados num escritório com ar-condicionado vão decidir um candidato? Não vão. Falta uma boa dose de humildade”, disse a O Antagonista nesta quinta-feira (7) o deputado por Minas Gerais e filiado ao nanico Avante.
Janones afirmou que, como cidadão, encara com tristeza o esforço da chamada Terceira Via em encontrar uma candidatura única.
“Se somar todos esses aí juntos, ainda não conseguem atingir o patamar que estou alcançando nas pesquisas. O que é algo absolutamente compreensível, diante da arrogância e da prepotência dessas candidaturas que nascem sabe-se lá de onde. Onde essas candidaturas nascem? Existe desejo popular por algum deles? Por Simone Tebet? Por João Doria? Por Eduardo Leite? Nascem da arrogância, da vaidade, da prepotência, dessa análise arcaica na qual o povo é tratado como se fosse gado. Agem como se fossem donos do voto do povo. Eles agem assim. Por isso é que não decolam. Por isso é que são tão insignificantes do ponto de vista eleitoral. Acham que vão ter algum sucesso decidindo candidatos dentro de escritórios políticos? Não vão.”
Na condição de pré-candidato, porém, Janones admite que fica feliz com toda essa bateção de cabeça no chamado Centro Democrático, uma vez que ele, com 15 milhões de seguidores nas redes sociais, também se apresenta como alternativa a Lula e Bolsonaro.
O deputado, que, segundo as pesquisas, também apresenta baixa rejeição e alto índice de desconhecimento, acredita que seu partido bancará sua pré-candidatura até o fim.
“Não tenho motivo algum para achar que vão me tirar a legenda ou rifar minha candidatura. Avalio que não há risco algum de o Avante fazer alguma composição. Se amanhã acontecer algo nesse sentido, para mim será realmente uma surpresa.”
Na contramão do que defendem lideranças do centro, Janones sustenta que, para o país, o melhor é que haja um maior número de candidaturas.
“Não consigo entender que democracia é essa que esses ditos representantes da Terceira Via defendem, na qual menos candidaturas é melhor. É o oposto disso: quanto mais candidaturas, menor a possibilidade de o eleitor votar em alguém como quem ele não se identifica.”
Janones disse, ainda, que não vai abandonar a campanha e não teme ficar sem mandato, caso seja derrotado nas urnas em outubro.
“Vivi 33 anos da minha vida sem mandato. Não nasci deputado nem vou morrer deputado. Minha candidatura independe do resultado das eleições. Em um ambiente de polarização, em que as pessoas estão escolhendo o ‘menos pior’, este é o momento ideal para uma candidatura como a minha, a única que não fica refém do debate ideológico.”
O deputado acredita que terá algo em torno de 11 segundos de tempo de televisão, quando a campanha começar. “É algo insignificante. Mas minha força está nas redes sociais”, ponderou.
Perguntamos se o deputado se compararia a Jair Bolsonaro, que fez carreira na Câmara, tornou-se fenômeno nas redes e virou presidente em 2018, depois de começar pontuando muito pouco nas pesquisas.
“Se for uma comparação do ponto de vista de alguém que pode surpreender e vencer a eleição, sim. Mas eu não nego a política, não sou negacionista, não sou outsider. Sou da política, me assumo como político. Eu sou um político que comunico o meu trabalho. Não nego a ciência, não tumultuo, não prego o fechamento das instituições. Sou um democrata, um político nato.”
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