“Já se esperava”, diz ministro da Defesa sobre prisão de Braga Netto
José Múcio falou sobre a necessidade de "preservar o CNPJ das três Forças" Armadas ao comentar a prisão do ex-ministro de Jair Bolsonaro
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro (foto), visitou o presidente Lula na manhã desta terça-feira, 17, em São Paulo, onde o presidente se recupera de cirurgia na cabeça feita na cabeça.
“Ele [Lula] queria saber como estava o ambiente nas Forças Armadas. Evidentemente que isso era uma coisa que já se esperava, todo mundo esperava”, comentou Múcio, na saída do encontro, ao falar sobre a prisão do general Walter Braga Netto, ex-ministro de Jair Bolsonaro, na investigação sobre tentativa por golpe de Estado.
Segundo o ministro da Defesa, que concedeu entrevista coletiva em frente à casa de Lula, “há um constrangimento, há o espírito de corpo de cada Força, mas já se esperava”.
“Nós não sabíamos“
“Nós desejamos que todos esses que estão envolvidos respondam à Justiça. Nós não sabíamos. Poucas pessoas acreditam que nós não somos avisados. Na véspera, o general Tomás [Ribeiro Paiva, comandante do Exército] me telefonou às 10h e disse: ‘A Polícia Federal avisou que amanhã vão ter duas operações em casa de dois militares, uma no Rio, uma em Brasília’. E, às 6h15, ele me telefonou, dizendo na casa de quem era”, relatou o ministro..
“Mas o Exército, nem a Marinha, nem a Aeronáutica têm informação de quem, quais são as pessoas que vão sofrer esse tipo de operação. Mas é necessário, precisa acabar, para a gente olhar para a frente e para tirar suspensão dos inocentes”, seguiu Múcio.
“Eu digo muito que cada um entrou nisso com seus CPFs e a gente tem que preservar o CNPJ das três Forças”, concluiu o ministro.
Aposentadoria dos militares
Múcio também comentou a proposta do governo Lula para mexer na aposentadoria dos militares. O governo enviou ao Congresso Nacional nesta terça-feira, 17, o projeto de lei que determina uma idade mínima de 55 anos para a aposentadoria militar.
“A dificuldade de mexer com esse negócio de aposentadoria do militar é que a promoção de militar é como procissão: sem parar um na frente, para tudo atrás”, comparou o ministro.
“Então a gente tem de ver como adequa isso, porque senão você vai ter o que eles chamam de empoçamento, vai ter alguns postos que vão ficar empoçados em algum lugar, ou muito coronel quando não está precisando, ou muito major, muito capitão. Isso nós vamos ter que adequar, porque tem que ser uma coisa lenta, porque a carreira é muito longa”, completou.
Questionado, Múcio disse ainda que não sabe dizer se a prisão de Braga Netto ajuda ou atrapalha na aprovação dessa reforma, e comentou que Lula está ótimo, “até se movimentando mais do que devia”.
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