Izabela Patriota na Crusoé: Por que Brasília não é um sucesso urbanístico
Em sua coluna para a edição 288 da Crusoé, Izabela Patriota fala sobre Brasília, que é usada como exemplo de cidades planejadas que anularam a atuação dos mercados de forma quase que absoluta para elevar o bem-estar dos cidadãos...
Em sua coluna para a edição 288 da Crusoé, Izabela Patriota fala sobre Brasília, que é usada como xemplo de cidades planejadas que anularam a atuação dos mercados de forma quase que absoluta para elevar o bem-estar dos cidadãos.
Supostamente um sonho de Dom Bosco, desenhada por Lúcio Costa, decorada por Niemeyer e idealizada por Juscelino, Brasília é linda. Não me levem a mal, eu amo Brasília e me considero a verdadeira candanga: uma nordestina (potiguar de origem) e que tive o privilégio de viver em Brasília por pouco mais de três anos. Assim como todos os demais candangos, saí do Nordeste para continuar a construção constante da capital federal. Meu sonho era vencer e expandir meus horizontes, que eram bastante limitados em uma das capitais de estado mais pobres do país.
Brasília, juntamente com cidades soviéticas e chinesas, é usada como exemplo de cidades planejadas que anularam a atuação dos mercados de forma quase que absoluta para elevar o bem-estar dos cidadãos. Não há como negar o privilégio de se viver no plano piloto da capital federal, ao mesmo tempo em que não se pode negar a inacessibilidade gerada pelos preços na área.
A sua excentricidade a torna linda, exótica, inimaginável. Não à toa, Brasília é detentora da maior área tombada do mundo e foi inscrita pela UNESCO na lista de bens do Patrimônio Mundial, em 1987. Porém, qualquer estudioso de urbanismo sabe como Brasília sempre é usada como sinônimo do que não se deve fazer.
A começar pelo lago Paranoá, Brasília é uma cidade inteiramente artificial — digna de protagonizar uma das fabulosas casas da Barbie. Não há como se negar a inacessibilidade brasiliense: seja pelo aspecto da mobilidade urbana, custo de vida ou custo de habitação.
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