A Interpol foi acionada para cumprir ordens de prisão contra dois brasileiros que estão no Líbano, suspeitos de envolvimento com o planejamento de atos de terrorismo no Brasil.

As investigações que levaram às ordens de prisão começaram com informações de inteligência repassadas pelos governos de Israel e dos Estados Unidos. A operação para desbaratar o grupo suspeito de ligação com o grupo terrorista Hezbollah foi deflagrada nesta quarta-feira, 8, e já levou à prisão de dois brasileiros em território nacional.

De acordo com a Polícia Federal, a divisão antiterrorismo em Brasília foi alertada sobre brasileiros, muitos com passagens criminais, que estavam sendo aliciados e contratados por comandantes do Hezbollah no Líbano para realizar ataques no Brasil.

As investigações revelaram que alguns desses brasileiros fizeram viagens recentes a Beirute para se encontrar com membros do Hezbollah. Durante esses encontros, foram definidos valores para colaboração em atos terroristas, listas de endereços a serem atacados e até mesmo o recrutamento de executores.

A ONG StandWithUs divulgou nota para dizer que o mundo tem “vivenciado crescentes demonstrações de ódio aos judeus”, o que “ressalta o perigo que o antissemitismo representa”. “Vale ressaltar que o Brasil não reconhece o Hezbollah como um grupo terrorista. Ainda assim, os recrutadores e os recrutados podem responder pelos crimes de constituir ou integrar organização terroristas e de realizar atos preparatórios de terrorismo”, diz a mensagem da StandWithUs.

A Confederação Israelita do Brasil (Conib) parabenizou o trabalho da Polícia Federal e manifestou preocupação com a presença de grupos ligados ao Hizbollah no Brasil.

“A Conib manifesta enorme preocupação com a prisão de terroristas no Brasil ligados ao grupo terrorista libanês Hizbollah, que, segundo a Polícia Federal, planejavam atentados contra alvos judaicos no Brasil. O terrorismo, em todas as suas vertentes, deve ser combatido e repudiado por toda a sociedade brasileira. A Conib parabeniza a Polícia Federal, o Ministério Público e o Ministério da Justiça pela sua ação preventiva e reitera que os trágicos conflitos do Oriente Médio não podem ser importados ao nosso país, onde diferentes comunidades convivem de forma pacífica, harmoniosa e sem medo do terrorismo”, disse a confederação em nota.