IBGE: 1,5 mi de brasileiros trabalharam com aplicativos em 2022
Uma pesquisa inédita divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que o Brasil tinha cerca de 1,5 milhão de trabalhadores por meio de aplicativos de serviços no quarto trimestre de 2022. Esses profissionais incluem motoristas, entregadores de comida e outros...
Uma pesquisa inédita divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que o Brasil tinha cerca de 1,5 milhão de trabalhadores por meio de aplicativos de serviços no quarto trimestre de 2022. Esses profissionais incluem motoristas, entregadores de comida e outros.
Esse grupo de quase 1,5 milhão de trabalhadores corresponde a 1,7% da população ocupada no setor privado na época, que totalizava 87,2 milhões.
O número de trabalhadores em aplicativos de serviços no quarto trimestre de 2022 (1,5 milhão) era semelhante ao número de professores do ensino fundamental no Brasil. No segundo trimestre de 2023, o país tinha cerca de 1,5 milhão de professores ocupados nesse nível de ensino. Os trabalhadores em serviços domésticos em geral foram a categoria com maior número de empregados no segundo trimestre deste ano, totalizando 4,268 milhões.
Entre os trabalhadores em aplicativos de serviços, há um predomínio de motoristas, homens, pessoas com idades entre 25 e 39 anos e com ensino médio completo ou superior incompleto.
De acordo com o IBGE, essa categoria também possui uma renda mensal superior à média dos demais profissionais ocupados, mas trabalha mais horas por semana, recebe menos por hora e contribui em menor escala para a Previdência.
Essas informações fazem parte de um novo módulo da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). Como esse recorte é inédito, não há dados comparáveis de períodos anteriores. Vale ressaltar que as estatísticas são experimentais e estão em fase de testes e avaliação.
Do total de 1,5 milhão de trabalhadores em aplicativos, 47,2% atuavam em aplicativos de transporte particular de passageiros (exceto táxi), o que representa 704 mil motoristas. Em seguida, aparecem os trabalhadores de aplicativos de entrega de comida e outros produtos (39,5%, ou 589 mil), táxi (13,9%, ou 207 mil) e serviços gerais ou profissionais (13,2%, ou 197 mil).
É importante mencionar que a soma das porcentagens ultrapassa 100% porque pode haver sobreposição de respostas. Ou seja, um mesmo motorista pode atuar em mais de uma plataforma.
Em relação à renda e às horas trabalhadas, a pesquisa apontou que a renda média do trabalho principal dos profissionais de aplicativos de serviços é de R$ 2.645 por mês, valor superior ao dos não plataformizados. No entanto, esses trabalhadores trabalham mais horas por semana e recebem menos por hora em comparação com os ocupados fora dos aplicativos.
Outro dado relevante da pesquisa é que apenas 35,7% dos trabalhadores em aplicativos de serviços têm cobertura previdenciária, enquanto entre os não plataformizados essa parcela é de 61,3%. Essa diferença pode ser explicada pelo fato de muitos desses profissionais serem microempreendedores individuais (MEI) e contribuírem para a Previdência dessa forma.
Além dos trabalhadores em aplicativos de serviços, a pesquisa também abrangeu aqueles que atuam por meio de plataformas de comércio eletrônico como trabalho principal, totalizando 628 mil pessoas. Considerando ambos os grupos, o total de profissionais é de 2,1 milhões.
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