Ibaneis Rocha descarta diálogo com governo e negocia fundo constitucional com Lira
O governador defendeu a retirada da proposta da pauta da Câmara e afirmou que, caso seja votada, o governo Lula deve enfrentar derrota no plenário
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, se reuniu com líderes da Câmara e o presidente Arthur Lira para discutir a proposta do governo Lula que altera o cálculo do reajuste anual para Fundo Constitucional do DF, parte do pacote de corte de gastos. Ibaneis minimizou a participação do governo no debate e afirmou que até o fim desta semana deve conquistar o apoio de “todos os partidos de centro-direta” em defesa da manutenção do fundo constitucional nos moldes atuais.
Durante o encontro, o governador defendeu a retirada da proposta da pauta da Câmara e afirmou que, caso seja votada, o governo Lula deve enfrentar derrota no plenário.
Acompanhado da vice-governadora, Celina Leão, Ibaneis destacou que não manteve diálogo com o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), durante a passagem pela presidência da Câmara.
Articulação
“Sou político. Tenho que trabalhar com confiança e é isso que estou fazendo. Conheço todos os líderes. Conheço todos os presidentes de partido. Então a gente cria um ambiente de relacionamento que facilita o instrumento. Até sexta-feira a gente deve fechar [negociações] com todos os partidos de centro-direita. E o próximo pedido que vamos fazer é que [os partidos] encaminhem as manifestações ao presidente Lira e ao líder do governo aqui na Câmara para que eles façam uma avaliação se vale a pena levar isso adiante para que eles façam avaliação se vale a pena levar isso adiante mesmo com a manifestação de todos os partidos já contrários”, afirmou Ibaneis durante coletiva de imprensa.
Perguntado pela equipe de O Antagonista, se o ideal seria a “retirada de pauta” da matéria, Ibaneis respondeu: “Nós vamos trabalhar para que seja feito [a retirada] de forma harmônica. Vai depender do governo federal”.
Corte de gastos
O cenário em torno da votação do pacote de corte de gastos é incerto. Líderes da Câmara afirmam que não há cenário para votar sequer a urgências das propostas.
O motivo principal alegado por membros da mesa diretora é o prazo apertado para a deliberação. O envio feito pelo governo foi avaliado como tardio. “Chegou aqui em cima da hora. Não vejo cenário favorável para essa votação. E isso não é um problema do Congresso”, disse o primeiro-suplente da mesa diretora Gilberto Nascimento (PSD-SP).
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