Ibama reforça brigadas para combater incêndios florestais
Com alta de focos de incêndio, especialmente no Centro-Oeste e Norte, Ibama mobiliza brigadas em resposta ao avanço das chamas
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) anunciou a contratação de brigadas de combate a incêndios florestais em vários municípios de todas as regiões do Brasil. A medida, formalizada por meio de uma portaria publicada no Diário Oficial da União nesta terça-feira, 27, busca conter a proliferação de focos de incêndio que vêm assolando o país durante o período de seca.
Os grupos de brigadistas, que podem variar entre 10 e 36 integrantes, serão distribuídos de acordo com as necessidades de cada região. Entre os estados contemplados pela nova portaria estão Amapá, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, São Paulo, Acre, Amazonas, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rondônia, Pará, Roraima, Ceará e o Distrito Federal.
Em alguns estados, como Mato Grosso e Tocantins, serão alocadas equipes especializadas na técnica de queima prescrita. Esta técnica controlada utiliza o fogo em determinadas áreas para criar barreiras naturais, evitando que os incêndios florestais se alastrem de forma incontrolável.
Reforço do Ibama especial para Mato Grosso e São Paulo
Mato Grosso, que registrou um aumento expressivo de 236% nos focos de incêndio em comparação com o mesmo período do ano anterior, receberá reforços significativos.
As equipes somarão 141 profissionais, incluindo brigadistas especializados em queima prescrita e chefes de brigada. Esses profissionais serão distribuídos em municípios estratégicos, como Tangará da Serra, Poconé, São José do Xingu e Cáceres, entre outros.
Em São Paulo, estado que registrou um aumento ainda mais alarmante de 338% nos focos de incêndio, uma equipe composta por 14 brigadistas foi designada.
A situação no estado apresentou melhora após as chuvas do último domingo, 25, o que ajudou a diminuir o número de incêndios ativos. A Defesa Civil Nacional confirmou a melhoria das condições na segunda-feira, 26.
Poluição e qualidade do ar
O agravamento dos incêndios florestais tem impactado diretamente a qualidade do ar em várias regiões do Brasil. Na última segunda-feira, oito estados e o Distrito Federal registraram níveis de poluição classificados como insalubres pelo site IQAir, que monitora a qualidade do ar globalmente. A poluição se estende desde o oeste do Amazonas até São Paulo, passando por estados como Acre, Rondônia, Pará e Minas Gerais.
Porto Velho, capital de Rondônia, foi identificada como a cidade com a pior qualidade do ar no país, atingindo níveis de poluição considerados “muito insalubres”, o segundo pior grau na escala de qualidade do ar.
Dados recentes
Segundo informações do BDQueimadas, sistema de monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), até o último domingo de agosto, foram registrados 25.193 focos de incêndio em todo o país, um aumento significativo em relação aos 17.373 focos contabilizados no mesmo mês do ano passado.
A região Norte, por exemplo, teve 22.605 registros de incêndios, uma alta em relação aos 16.590 registrados no mesmo período de 2023.
A situação também é crítica no Centro-Oeste, onde houve um aumento de 333% nos focos de incêndio. De acordo com um relatório técnico do MapBiomas, divulgado em julho, o aumento das queimadas está relacionado às secas prolongadas e à redução da superfície de água no Pantanal, agravando a propagação de incêndios na região.
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