Greve na Petrobras: TST ordena 80% do efetivo em atividade
Decisão proíbe sindicatos de bloquear unidades e define multa diária de R$ 200 mil; conciliação está marcada para 2 de janeiro
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou neste sábado, 27, que 80% dos trabalhadores da Petrobras devem continuar em atividade em todas as unidades da estatal. A decisão foi tomada em meio à greve iniciada por alguns sindicatos de petroleiros no último dia 15.
A medida estabelece que os sindicatos não podem impedir o acesso às unidades da Petrobras, nem o embarque e desembarque de empregados, equipamentos ou escoamento da produção. O descumprimento da ordem prevê multa diária de R$ 200 mil.
A decisão, assinada pelo presidente do TST, ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, também agendou uma audiência de conciliação para o próximo dia 2 de janeiro, com o objetivo de buscar acordo entre a estatal e os trabalhadores.
Caso não haja consenso, uma sessão extraordinária do tribunal será realizada no dia 6 de janeiro para julgar o dissídio coletivo.
Segundo o presidente do TST, não há necessidade de suspender totalmente a greve, mas é essencial garantir a manutenção dos serviços indispensáveis à comunidade.
Segundo afirmou, 13 entidades sindicais já aprovaram a proposta da empresa, e que o movimento paredista segue restrito a determinados segmentos.
Sindicatos
A paralisação envolve 14 sindicatos filiados à Federação Única dos Petroleiros (FUP), que representa 101 mil trabalhadores, e quatro sindicatos da Frente Nacional dos Petroleiros (FNP), que responde por cerca de 26 mil funcionários do Sistema Petrobras.
Entre as reivindicações estão aumento real salarial e solução para os Planos de Equacionamento dos Déficits (PEDs) da Petros, fundo de previdência complementar da empresa.
A FNP classificou as propostas da Petrobras como “indignas” e afirmou que o aumento de 0,5% é insuficiente diante dos R$ 37,3 bilhões pagos em dividendos entre janeiro e setembro de 2025. A Federação disse ainda que analisa medidas jurídicas para proteger o direito de greve e as conquistas do Acordo Coletivo de Trabalho.
A Petrobras, por sua vez, afirmou que tomou medidas de contingência para garantir a continuidade das operações, o abastecimento ao mercado e a produção de petróleo e derivados.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (1)
Sandra S Calegaro
27.12.2025 18:16A Petrobras é uma empresa celetista. Por que não demite que não quer trabalhar? Simplesmente porque os Sindipetros da vida trabalham para manter os imprestáveis trabalhando. Se não atende a sequência é demitir, basta demitir uma parte desses imprestáveis e o resto volta.