Greve dos rodoviários continua em João Pessoa
A greve dos rodoviários em João Pessoa, Paraíba, complica o transporte público local. Os trabalhadores reivindicam melhorias
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A população de João Pessoa, capital da Paraíba, está enfrentando desafios no transporte público devido à paralisação dos rodoviários, que já dura dois dias. Iniciada na manhã de segunda-feira, 27, esta paralisação gerou impactantes transtornos para a cidade. Filas se formaram nas paradas, e a frota de ônibus circulando ficou muito aquém do esperado, complicando a rotina dos usuários.
Quais são as reivindicações dos rodoviários?
Os trabalhadores do transporte público demandam diversos benefícios para melhorar suas condições de trabalho. Entre as reivindicações está um aumento de salário linear de 6%, uma comissão “batedor” de R$ 150, que é destinada aos motoristas que também atuam como cobradores, e a retomada do vale-alimentação no valor de R$ 600, que está suspenso desde 2019. Além disso, os rodoviários exigem a inclusão de um plano odontológico e melhorias no plano de saúde.
De um lado, o Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Passageiros e Cargas da Paraíba (Simtro/PB) argumenta que essas medidas são essenciais para garantir o bem-estar dos trabalhadores. De outro, o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de João Pessoa (Sintur) propôs um reajuste mais modesto de 5%, que incluiria salário, vale-alimentação e comissão, além da manutenção do plano de saúde existente.
A audiência de conciliação e suas implicações
Na tentativa de resolver o impasse, uma audiência de conciliação foi realizada no dia 27, sob a presidência da desembargadora Herminegilda Leite Machado. No entanto, o encontro não obteve o resultado esperado. A proposta do Sintur foi rejeitada pelos rodoviários, que mantiveram suas exigências iniciais. Com a falta de consenso, a greve continuou, alimentando as incertezas quanto ao retorno da normalidade no transporte público da cidade.
Ainda como resposta à greve, a Justiça do Trabalho exigiu que os ônibus em circulação fossem identificados com adesivos para facilitar a fiscalização. A Semob-JP foi incumbida dessa tarefa, verificando o cumprimento da ordem judicial que exigia a operação de 60% da frota, sob risco de uma multa diária de R$ 10 mil, podendo chegar a R$ 200 mil.
O impacto da paralisação e o futuro das negociações
A paralisação dos rodoviários em João Pessoa evidencia as complexas relações trabalhistas no setor de transporte público. Enquanto a população enfrenta dificuldades para se locomover, a própria economia local sente as repercussões da greve. A continuidade da paralisação depende agora das negociações futuras, com uma nova audiência marcada para o dia 29 de janeiro.
Os desdobramentos desse cenário ainda são incertos, mas o diálogo entre as partes é essencial para chegar a uma solução que contemple as necessidades dos trabalhadores sem comprometer o funcionamento do sistema de transporte. As negociações seguem com a expectativa de que as demandas justas dos rodoviários possam ser atendidas de maneira equilibrada, garantindo tanto seus direitos quanto o serviço à comunidade.
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