“Governo é conivente com ações do MST”, diz Salles em relatório
O deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) disse em seu relatório final da CPI do MST que não resta a menor dúvida de que o atual governo é partícipe das ações do MST. No texto, o relator pediu o indiciamento de 11 pessoas e deixou o deputado Valmir Assunção (PT-BA) de fora...
O deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) disse, ao ler seu relatório final da CPI do MST, que não resta a menor dúvida de que o atual governo é partícipe das ações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). No texto, o relator pediu o indiciamento de 11 pessoas, e deixou de fora o deputado Valmir Assunção (PT-BA), que vinha ameaçando incluir no relatório.
Apesar de não mencionar Assunção, Salles disse que não resta a menor dúvida que esse esquema conta com a participação de parlamentares federais e estaduais, que manipulam os mais humildes e deles se aproveitam para fazer uso político e financeiro por décadas.
“É também o governo que anulou os regramentos e avanços institucionais implantados pelo Incra, nos anos anteriores como pré-cadastro e a PGT [Plataforma de Governança Territorial], em atendimento do Tribunal de Contas da União e possibilitando o retorno do estado caótico e ilegal, das mesmas práticas de governos anteriores do PT (…) não resta a menos dúvida que o atual governo, seja através do Incra, do Ministério do Movimento Agrário, do Ministério da Agricultura, da Casa Civil e da própria presidência da república, não é apenas omisso, em relação aos inúmeros crime perpetrados neste primeiros meses de mandato, como é conivente e partícipe dessas ações de incentivo às invasões“, diz o texto do relator.
"Não há a menor dúvida de que o atual governo não é apenas omisso em relação aos inúmeros crimes perpetrados nestes primeiros meses de mandato, como é conivente e partícipe dessas ações e incentiva as invasões”, diz @rsallesmma ao ler seu relatório na CPI do MST.… pic.twitter.com/iuqFVfELgx
— O Antagonista (@o_antagonista) September 21, 2023
Em seu relatório, Salles pediu o indiciamento de 11 pessoas.O Antagonista apurou que o relator retirou o pedido de indiciamento de Valmir Assunção para que conseguir aprovar o relatório na comissão. O acordo teria sido fechado com integrantes de partidos do Centrão.
Salles disse a este site na semana passada que Assunção é o grande líder das ações do MST no Sul do Estado da Bahia. “Testemunhas que vieram aqui à Casa, documentos que foram obtidos e, principalmente, a diligência que realizamos no sul da Bahia, não deixaram dúvidas de que o deputado Valmir é o mentor, líder e grande beneficiário de todas as ações ilegais que o MST realiza naquela região“, disse o deputado .
Veja os 11 implicados pelo relator:
- General Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI;
- José Rainha, líder da FNL;
- Lucinéia Durans, assessora parlamentar;
- Oronildo Lores Costa, assessor parlamentar;
- Paulo Cesar Souza, integrante do MST;
- Diego Dutra Borges, integrante do MST;
- Juliana Lopes, integrante do MST;
- Cirlene Barros, integrante do MST;
- Welton Souza Pires, integrante do MST;
- Jaime Silva, diretor presidente do Iteral (Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas);
- Debora Nunes, integrante do MST
Justificativas
De acordo com Salles, as declarações do ex-ministro do GSI Gonçalves Dias, em seu depoimento à CPI, não condizem com a realidade. Segundo o relator, G. Dias mentiu quando disse não ter tido acesso a nenhum relatório da Abin no período em que foi ministro.
Já o líder da Frente Nacional de Luta (FNL), José Rainha, e seus aliados foram indiciados por práticas criminosas em assentamentos na região do Pontal do Paranapanema, no estado de São Paulo. Salles afirmou que Rainha e seus aliados obtêm dinheiro através da prática de invasões, extorsões e outros crimes.
A discussão e a votação para aprovar o relatório de Ricardo Salles ficou para a próxima terça-feira (26) após um pedido de vistas em conjunto.
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