“Furar teto toda hora o governo fura”
O deputado Dagoberto Nogueira (foto), do PDT do Mato Grosso do Sul, um dos 15 deputados do partido que votaram a favor da PEC dos Precatórios na madrugada de hoje, disse a O Antagonista, justificando seu posicionamento, que o teto de gastos é furado "toda hora". "Furar teto toda hora o governo fura e toda hora tem medidas para consertar isso. Mas, para ajudar as pessoas, não é toda hora que tem lá no Congresso...
O deputado Dagoberto Nogueira (foto), do PDT do Mato Grosso do Sul, um dos 15 deputados do partido que votaram a favor da PEC dos Precatórios na madrugada de hoje, disse a O Antagonista, justificando seu posicionamento, que o teto de gastos é furado “toda hora”.
“Furar teto toda hora o governo fura e toda hora tem medidas para consertar isso. Mas, para ajudar as pessoas, não é toda hora que tem lá no Congresso.”
Como noticiamos, Ciro Gomes suspendeu sua pré-candidatura ao Planalto em razão da postura de parte da bancada pedetista na votação. Nogueira disse que essa decisão do presidenciável não mudará seu posicionamento.
“Votei [a favor da proposta] para manter a minha coerência, que, no ano passado, votei a favor do auxílio emergencial, inclusive para aumentar [o valor do benefício] para R$ 600. (…) Não é que isso vai ajudar o Bolsonaro politicamente ou não… Eu tenho que manter a minha coerência, que é ajudar as pessoas que mais precisam.”
Ponderamos com o deputado que, quando da criação do auxílio emergencial, em 2020, o momento era outro e não havia gambiarra fiscal como agora. Ele pareceu não ter gostado do comentário.
“Bem, essa é a tua opinião, a tua opinião. Você está perguntando a minha. A minha [opinião] é que eu votei para manter a minha coerência.”
Então, o senhor acredita que furar o teto de gastos para garantir programa social não é um problema?
“Não [é um problema]. Eu acho que tem coisas que são mais importantes que o teto, que são as pessoas que mais precisam.”
Tivemos de lembrar ao deputado que a proposta em questão foi usada para aumentar fatias do fundo eleitoral e das emendas de relator, e não “pensando só nos pobres”.
“Não, mas isso foi consertado. Muitos pontos já foram consertados. Se você olhar bem, você vai ver que muitas coisas foram tiradas [do texto].”
Por acaso, o senhor participou de alguma negociação para liberação de emendas nessa votação?
“Não, lógico que não. A gente teve que manter a coerência: esse foi o nosso discurso.”
A PEC, que ainda precisará ser votada em segundo turno no plenário da Câmara, permite uma gambiarra fiscal para que o governo federal consiga dinheiro para bancar o Auxílio Brasil, principal aposta do Centrão para reeleger Jair Bolsonaro.
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