Freire Gomes: Bolsonaro apresentou minuta golpista a comandantes
Além do general, estiveram presentes no encontro o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, e o ex- ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira
O general Freire Gomes, ex-comandante do Exército, confirmou em depoimento para a Polícia Federal, que participou de uma reunião no Palácio da Alvorada no dia 07 de dezembro de 2022, onde o então presidente Jair Bolsonaro (PL) lhe apresentou a chamada minuta do golpe. Além do general, estiveram presentes no encontro o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, e o ex- ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira.
Segundo Freire Gomes, “na referida reunião possivelmente Filipe Martins leu o referido conteúdo aos presentes e depois se retirou do local, ficando apenas os militares, o então ministro da Defesa e o então Presidente da República Jair Bolsonaro”. Filipe Martins foi preso em fevereiro deste ano, apontado pela PF como um dos autores da minuta golpista.
Ainda durante o depoimento para a PF, o ex-comandante disse que Bolsonaro descreveu o documento como “em estudo” e disse que depois “reportaria a evolução aos comandantes”. Freire Gomes afirmou que uma nova reunião foi realizada uma semana depois, no dia 14 de dezembro, também no Alvorada.
“Estado de defesa“
Neste encontro, uma nova versão da minuta golpista foi apresentada. Este segundo documento seria semelhante ao encontrado na casa do ex-ministro Anderson Torres, também alvo da operação da PF.
“Em outra reunião no Palácio da Alvorada, em data em que não se recorda, o então presidente Jair Bolsonaro apresentou uma versão do documento com a decretação do Estado de defesa e a criação da comissão de regularidade eleitoral para ‘apurar a conformidade e legalidade do processo eleitoral'”, disse Freire Gomes.
De acordo com o general, o então ministro da Justiça, Anderson Torres servia de “suporte jurídico para as medidas que poderiam ser adotadas.”
Freire Gomes disse à PF que ele e o brigadeiro Baptista Junior, então chefe da Aeronáutica, teriam afirmado “de forma contundente suas posições contrárias ao conteúdo exposto”. O general diz que o almirante Almir Garnier, comandante da Marinha, teria se colocado “à disposição” do presidente.
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