Força-tarefa de SP aponta falta de compromisso de procuradora com a Lava Jato
Os procuradores que pediram demissão da força-tarefa de São Paulo acusaram a procuradora Viviane de Oliveira Martinez, titular da operação no estado, de falta de compromisso com as investigações...
Os procuradores que pediram demissão da força-tarefa de São Paulo afirmaram que a procuradora Viviane de Oliveira Martinez, titular da operação no estado, não tinha compromisso e engajamento com as investigações.
Ele foi nomeada em março deste ano como “procuradora natural” da força-tarefa, o que a tornou responsável pelos processos. Os demais procuradores que já integravam a equipe, porém, disseram que desde o início ela demonstrou desinteresse, conforme ofício enviado ontem a membros do Conselho Superior do Ministério Público Federal.
“Viviane não procurou os integrantes da Força-Tarefa para ter informações sobre seu acervo, sua dinâmica etc., assim que foi efetivada a remoção”, relataram os procuradores no documento.
Eles disseram que desde o início se prontificaram a informá-la sobre as investigações, e que ela poderia abrir mão de processos para se dedicar com exclusividade à Lava Jato. Viviane, porém, segundo o relato do ofício, afirmou que ela própria “não seria da força-tarefa”.
A postura de “distanciamento”, segundo os procuradores, foi demonstrada até pela recusa em dar entrevistas sobre a operação.
“Estes eventos iniciais permitiam entrever que a nova titular do 5º ofício não parecia ter predisposição para se envolver como esperado com os trabalhos da Força-Tarefa Lava Jato de São Paulo, apesar de ela ser, repise-se, sua procuradora natural e integrante nata.”
“Viviane não teve qualquer iniciativa no sentido de chamar reuniões para compreender quais as linhas de investigação que vinham sendo conduzidas, de trabalhar no gabinete em que os demais integrantes da Força-Tarefa trabalham (e que conta com computador e mesa para tanto), e chegou mesmo a retirar parte da estrutura de servidores que existia, à época de sua antecessora, para auxiliar nos trabalhos da Lava Jato”, contaram os procuradores, em outro trecho do ofício.
Eles também apontaram que ela não se reuniu com advogados e delatores, não participou das audiências judiciais dos processos, não despachou com juízes nem se reuniu com delegados, nem assumiu qualquer dos casos investigados pelo restante da equipe.
“Ao longo de todos estes meses, nunca minutou, diretamente ou por intermédio de sua assessoria, uma única peça extrajudicial ou judicial em favor do impulsionamento dos casos da Lava Jato paulista, cingindo-se a assinar aquilo que era minutado pelos ora signatários.”
No pedido de demissão coletiva, os sete procuradores que deixaram a força-tarefa apontaram “incompatibilidades insolúveis” com Viviane. Como mostramos ontem, ela também teria tentado adiar uma operação contra Serra e passou depois a recusar novos acordos de delação e leniência.
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