“Foi um erro colocar no governo”, diz Paes sobre Chiquinho Brazão
Deputado acusado de mandar matar Marielle foi até início de fevereiro secretário especial de Ação Comunitária do município do Rio
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (foto), se manifestou neste sábado, 30, pela primeira vez, sobre a prisão do deputado federal Chiquinho Brazão, acusado de ser um dos mandantes do assassinato de Marielle Franco.
Chiquinho Brazão foi até início de fevereiro secretário especial de Ação Comunitária do município do Rio.
Durante evento de inauguração do BRT Transbrasil, Paes afirmou que foi um “erro” tê-lo nomeado.
“Foi um erro da minha parte colocar no governo uma pessoa que tinha suspeita no caso. É óbvio que posso aqui ter todas as desculpas do mundo, foram seis anos [de investigação] e todo mundo já tinha sido acusado de tudo, mas errei. O mais importante quando se erra é consertar o erro”, afirmou o prefeito.
Paes disse ainda que já tinha pedido o afastamento de Chiquinho Brazão da secretaria “quando começaram a surgir os boatos”.
“E a gente entende que os quadros que tínhamos do Republicanos aqui não eram adequados. Queremos alianças, mas as alianças têm que ter um limite. E quando digo que errei, acho que fiz uma avaliação equivocada de que não tinha esse risco.”
O domínio dos Brazão no Rio de Paes, Castro e Cunha
O relatório da Polícia Federal sobre a morte da vereadora Marielle Franco afirma que os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão tinham de tal forma domínio sobre milícias da favela de Rio das Pedras que somente candidatos vinculados aos dois faziam campanha na região.
Entre os então candidatos que tiveram autorização para pedir votos na região, a Polícia Federal cita os casos do então deputado federal Eduardo Cunha e do ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro Jorge Picciani.
O relatório da PF confirma a influência da família Brazão em áreas dominadas por milicianos no Rio de Janeiro. Esse poderio foi exaltado por políticos como o prefeito Eduardo Paes e o governador Cláudio Castro.
“Quem mais representa Jacarepaguá, quem mais briga por Jacarepaguá, é a família Brazão”, disse em discurso o prefeito Eduardo Paes sete meses antes de a dupla ser presa. Na época, Paes participava do lançamento da pré-candidatura de Kaio Brazão, de 22 anos, filho de Domingos Brazão.
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