Filipe Martins chamava de “delírio completo” existência de militância de gabinete
Em dezembro de 2019, o assessor de Jair Bolsonaro para assuntos internacionais, Filipe Martins, foi questionado por André Marinho, no programa Pânico, se era um delírio ou uma realidade a existência de militantes virtuais nos chamados “gabinetes do ódio”, ou seja, pessoas lotadas em gabinetes bolsonaristas, remuneradas com dinheiro público, buscando...
Em dezembro de 2019, o assessor de Jair Bolsonaro para assuntos internacionais, Filipe Martins, foi questionado por André Marinho, no programa Pânico, se era um delírio ou uma realidade a existência de militantes virtuais nos chamados “gabinetes do ódio”, ou seja, pessoas lotadas em gabinetes bolsonaristas, remuneradas com dinheiro público, buscando atingir alvos específicos, como resumiu o humorista.
“É um delírio completo”, respondeu o militante virtual Martins, que também negou a existência de uma diretriz pautando essa atuação.
Ontem, o Facebook derrubou 88 contas, páginas e grupos ligados a gabinetes bolsonaristas em razão de “comportamento inautêntico coordenado”. “Ainda que as pessoas por trás dessa atividade tentassem ocultar suas identidades e coordenação, nossa investigação encontrou ligações a pessoas associadas ao Partido Social Liberal (PSL) e a alguns dos funcionários nos gabinetes de Anderson Moraes, Alana Passos, Eduardo Bolsonaro, Flávio Bolsonaro e Jair Bolsonaro”, declarou a rede social.
Entre os militantes, está Tércio Arnaud Tomaz, assessor do presidente e colega de Martins no terceiro andar do Palácio do Planalto. Tércio foi um dos jovens recrutados por Carlos Bolsonaro, de quem era assessor na Câmara Municipal do Rio, para compor o “gabinete do ódio” da Presidência da República, onde tem remuneração de R$ 13.623,39.
Suas páginas, segundo o Facebook, publicavam “memes e conteúdo pró-Bolsonaro enquanto atacavam rivais políticos (…). O conteúdo era enganoso em muitos casos, empregando uma mistura de meias-verdades para chegar a conclusões falsas”.
Outros militantes, como Leonardo “Bolsonéas” Rodrigues e Vanessa Navarro, distribuídos por gabinetes de deputados estaduais, como Alana e Anderson, também foram identificados pela plataforma como operadores da rede bolsonarista. (Mais detalhes: aqui.)
O Facebook ainda baniu páginas ligadas a Eduardo Guimarães, assessor de Eduardo Bolsonaro que já havia sido identificado pela CPMI das Fake News como gestor da conta anônima “Bolsofeios”, usada no Instagram para atacar rivais do deputado federal. Paulo Eduardo Lopes, o Paulo “Chuchu”, que tem remuneração de R$ 7.849,16 no gabinete do filho 03 do presidente, também foi identificado como um dos principais operadores da rede.
Na novilíngua bolsonarista, usada por Filipe Martins, a realidade é um “delírio completo”.
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