Filha de investigado pela PF: “Não falsifica, por favor”
Segundo a PF, João Carlos de Sousa Brecha era responsável pela inclusão dos dados falsos no sistema de imunização
O relatório da Polícia Federal que pediu o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outras 15 pessoas por fraudes no cartão de vacinação apontou o diálogo entre João Carlos de Sousa Brecha (foto), ex-secretário de governo de Duque de Caxias (RJ), e sua filha. Segundo os investigadores, Sousa Brecha era responsável pela inclusão dos dados falsos no sistema de imunização.
Em uma troca de mensagens do dia 19 de outubro de 2022, a filha do ex-secretário pediu ao pai que não falsificasse informações do cartão de vacinação dela. “Papai, eu vou tomar a vacina do Covid segunda dose segunda, não falsifica, por favor”, solicitou a filha a João Carlos Brecha.
“Tá bom, meu amor. Você é muito corajosa”, respondeu o secretário.
A conversa consta do relatório da PF divulgado nesta terça-feira, 19, depois que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo do material. Segundo a investigação, a filha de João Carlos Brecha se referia à segunda dose da vacina, uma vez que ela já havia tomado a primeira dose do imunizante.
Para a Polícia Federal, as conversas entre João Carlos Brecha e a filha são mais um elemento que comprovariam que o ex-secretário de Duque de Caxias era responsável pela execução da inserção de dados fraudulentos de vacinação de diversas pessoas investigadas.
Agora, a PF vai encaminhar todas as conclusões do inquérito para o Ministério Público Federal. Como a investigação está no âmbito do STF, caberá ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, decidir se denunciará ou não Bolsonaro e os demais investigados.
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