Feira foi apresentado à Odebebrecht com Lula “fragilizado” pelo mensalão
O marqueteiro João Santana relatou a Sérgio Moro como foi apresentado à Odebrecht, em 2005, no ápice da crise do mensalão. Ele disse que encontrou Lula "muito fragilizado"...
O marqueteiro João Santana relatou a Sérgio Moro como foi apresentado à Odebrecht, em 2005, no ápice da crise do mensalão. Ele disse que encontrou Lula “muito fragilizado”.
“Cheguei a Brasília no dia 24 de agosto de 2005, eu me lembro porque é uma data histórica, é a morte de Getúlio. Fui levado inicialmente para casa de Antonio Palocci, que era ministro da Fazenda, para aguardar, isso à tarde. Fiquei ali até que depois o Palocci veio e fomos até o Palácio do Planalto para conversar com o presidente Lula.”
“Cheguei e encontrei ele muito fragilizado e ele me convidou se eu poderia ajudá-lo nesse momento, nessa coisa. Eu disse que sim. Ele nesse momento disse: ‘Olha, qualquer detalhe mais burocrático, depois o Palocci conversa com você’. Isso foi ainda em 2005, 24 de agosto, o presidente tinha dúvidas ainda se seria candidato (à reeleição).”
Segundo Santana, Lula delegou a Palocci as questões burocráticas da contratação do marqueteiro, que, por sua vez, indicou Mônica Moura para cuidar do assunto.
Embora o marqueteiro tenha dito que não queria receber no caixa 2, Palocci insistiu que não havia outro caminho e tentou tranquilizá-lo. “Nós temos uma empresa que dá total garantia para a realização, para fazer um pagamento. Você deve conhecer, você é baiano, Odebrecht”, disse Palocci.
Santana afirmou que ficou receoso de se relacionar com a empreiteira, pois em 1992, quando trabalhava na revista IstoÉ, publicou reportagem sobre o assassinato do então governador do Acre, Edmundo Pinto, em um hotel em São Paulo.
“Em 1992 eu estava na IstoÉ, acontece o assassinato do governador do Acre Edmundo Pinto, fiz matéria muito forte sobre isso, onde eles próprios se queixaram porque escrevi que na véspera do assassinato pessoas da Odebrecht estavam no hotel com ele.”
Palocci não deu ouvidos e apenas deu a entender que os pagamentos seriam feitos no exterior. O marqueteiro indicou a conta Shellbill.
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