“Falo como psiquiatra: o eleitor do Bolsonaro não está, em grande parte, no campo da racionalidade”
O senador Marcelo Castro (foto), do MDB do Piauí, que também é psiquiatra, disse a O Antagonista nesta segunda-feira (11) que uma candidatura alternativa a Lula e Jair Bolsonaro é algo "cada dia mais remoto, mais difícil". Para ele, o atual presidente tem se consolidado para um eventual segundo turno...
O senador Marcelo Castro (foto), do MDB do Piauí, que também é psiquiatra, disse a O Antagonista nesta segunda-feira (11) que uma candidatura alternativa a Lula e Jair Bolsonaro é algo “cada dia mais remoto, mais difícil”.
Para ele, o atual presidente tem se consolidado para um eventual segundo turno.
“Lá atrás, alguns achavam que o Bolsonaro poderia desmoronar e perder força, fôlego para ir para o segundo turno. Eu nunca compartilhei dessa opinião. Eu sempre achei que o Bolsonaro tinha um segundo turno garantido, que ele não cairia de vinte, vinte e poucos por cento de intenção de voto.”
Como psiquiatra, Castro fez a seguinte análise:
“Falo como psiquiatra: o eleitor do Bolsonaro não está, em grande parte, no campo da racionalidade. Não são argumentos racionais que demovem o eleitor do Bolsonaro. O Bolsonaro tem um piso bastante elevado de eleitores que se identificam com ele, com os valores que ele tem, a maneira dele ser, as coisas que ele diz. Esse eleitor do Bolsonaro não sai dele. E ele [Bolsonaro] vem crescendo um pouco nas pesquisas. Então, aquela expectativa que se tinha de o Bolsonaro cair e se viabilizar uma terceira via, eu estou vendo que isso se torna cada dia mais remoto, mais difícil. Hoje, eu apostaria que o Bolsonaro está com uma situação consolidada no segundo turno, se houver segundo turno.”
Como registramos mais cedo, O Antagonista apurou que Marcelo Castro já confirmou presença no jantar de hoje com Lula, parte da bancada do MDB no Senado e senadores lulistas de outros partidos. Mas ele resiste a dizer isso.
“Está todo mundo querendo saber. Por quê?”
Respondemos que poderia ser em razão do fato de o MDB ter Simone Tebet como pré-candidata ao Planalto.
“Deixa eu falar francamente para você: o que é que ocorre? A Simone é a nossa candidata e tem o apoio do partido, mas nós temos que ser realistas, né? A candidatura dela, até agora, está com 1% dos votos. O máximo que ela já pontuou foi 2%. Nós somos torcedores dela, estamos apoiando a candidatura dela, mas eu acho que ela própria, não é o partido que vai fazer isso… se, lá na frente, se continuar essa polarização, ela vai chegar à conclusão de que não há necessidade de continuar com uma candidatura que não é competitiva. Temos que aguardar para ver como a coisa vai evoluir.”
“Mas o senhor vai ou não vai para o jantar com o Lula?”, insistimos.
“Como?”
“O senhor vai ou não?”
“Eu não consigo me livrar dessa pergunta?”, reagiu o senador.
Castro ainda está no Piauí, mas tem passagem comprada para hoje, com previsão de desembarque em Brasília antes do horário do jantar, que será na casa de Eunício Oliveira.
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