“Houve falhas, mas não houve corrupção”, diz senador, sobre ações do governo na pandemia
Integrante da tropa de choque do Planalto na CPI da Covid, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) tem acompanhado as discussões sobre a elaboração de um relatório paralelo governista, que será apresentado como contraponto ao parecer do relator...
Integrante da tropa de choque do Planalto na CPI da Covid, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) tem acompanhado as discussões sobre a elaboração de um relatório paralelo governista, que será apresentado como contraponto ao parecer do relator da Comissão Parlamentar de Inquérito, Renan Calheiros (MDB-AL).
A intenção da base governista é apontar as falhas do governo ao longo da pandemia de forma “propositiva”. Uma das críticas que vai constar no parecer será a insistência do governo no chamado “tratamento precoce” em detrimento da vacinação.
Do outro lado, o texto deve ratificar a importância da autonomia médica na prescrição de remédios, mesmo os que ainda não têm comprovação científica. O texto deve criticar a CPI por não ter avançado nas investigações sobre recursos contra a pandemia repassados aos estados e municípios e isentar Jair Bolsonaro de qualquer ato de corrupção.
O parecer está sendo elaborado com a ajuda de integrantes da Advocacia-Geral da União e do Ministério da Saúde. “Falhas foram cometidas, mas não houve corrupção”, disse o senador Marcos do Val em entrevista a O Antagonista.
Leia abaixo, os principais trechos da entrevista:
Senador, quais serão as principais conclusões desse relatório paralelo?
O que tenho dito que é, surpreendente, o documento vai constar algumas falhas cometidas pela gestão, mas não houve ato de corrupção ou qualquer crime. Essas falhas devem ser vistas como forma de apontar soluções para o futuro, ao longo de uma eventual futura pandemia. Mostrando para a população o que deu certo e o que não deu certo.
Seria uma espécie de mea-culpa do governo?
Não diria isso, no sentido de apontar erros. Mas é importante se fazer uma crítica construtiva sobre o que aconteceu ao longo da pandemia. O governo está viabilizando a vacinação hoje, apesar de ter lutado muito pelo kit Covid. O problema é que agora a vacinação chega com o carimbo do governador e do prefeito e eles não falam que isso foi graças ao governo federal. Isso não é noticiado à sociedade brasileira.
Uns falam de “visão negacionista”, mas dentro de um primeiro momento, eu escutei que o kit Covid não mataria, mas enfraqueceria o vírus. Agora, não podíamos imaginar uma cepa com um poder maior de contaminação a partir da segunda onda.
Como seria a apresentação desse relatório paralelo?
A ideia é simples: quando Renan Calheiros apresentar o [relatório] dele, vamos fazer um pedido de voto separado e vamos apresentar o nosso. Mas o texto ainda está sendo construído. Seria totalmente sem credibilidade se o relatório só apresentasse todos as boas condutas. Acho que quando se colocam os erros, fica um parecer mais confiável e transparente. Só esperamos que novas falhas não aconteçam. O fato é que houve falhas, mas não houve corrupção. E isso está claro até o momento.
A ideia é fazer um contraponto ao relatório do Renan, que deve ser bem contundente contra o governo?
Sim. Renan quer mídia, isso é fato. Aliás, eu disse lá atrás que a CPI era uma prévia de um movimento político e isso vem se concretizando. Os senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Simone Tebet (MDB-MS) tentam agora se viabilizar para a Presidência da República, por exemplo.
A CPI teve mais falhas ou acertos ao longo dos trabalhos?
Até concordo que a CPI precisava discutir a pandemia, mas não achei positiva a forma como isso aconteceu, com assassinatos de reputações, exageros, enfim. Renan, provavelmente, vai apresentar um relatório sensacionalista, tentando vincular o presidente a esquemas de corrupção. Mas não acharam nada do presidente. Nada, nada, nada. E aí, ficam naquele discurso do charlatanismo, curandeirismo… Ficou um discurso chato, massificado.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)