Ex-assessor de Trump é ouvido pela PF em inquérito sobre “milícia virtual”
Por determinação de Alexandre de Moraes, a Polícia Federal ouviu hoje de manhã o empresário americano Jason Miller, o ex-assessor de Donald Trump com quem Jair Bolsonaro se reuniu no domingo...
Por determinação de Alexandre de Moraes, a Polícia Federal ouviu hoje de manhã o empresário americano Jason Miller, o ex-assessor de Donald Trump com quem Jair Bolsonaro se reuniu no domingo.
Ele foi detido no aeroporto de Brasília, quando embarcava de volta aos Estados Unidos, e a oitiva ocorreu no âmbito do inquérito 4874, no qual foi preso o ex-deputado Roberto Jefferson.
Segundo Moraes, Jefferson integraria o “núcleo político” de uma organização criminosa que atua para “desestabilizar instituições republicanas”, utilizando-se de uma “rede virtual de apoiadores que atuam de forma sistemática, para criar ou compartilhar mensagens que tenham por mote final a derrubada da estrutura democrática e o Estado de Direito no Brasil”.
Miller criou a rede social Gettr, depois que Trump foi banido das plataformas tradicionais por ter incentivado a invasão do Capitólio. O Gettr tem hoje 2 milhões de seguidores, dos quais 13,5% são do Brasil.
O empresário participou, no fim de semana, da CPAC Brasil, versão bananeira da cúpula conservadora americana — aqui, ela é organizada por Eduardo Bolsonaro, que esteve semanas atrás nos EUA com Steve Bannon.
O ex-estrategista de Trump virou guru do bolsonarismo ideológico, que está por trás dos ataques em massa contra autoridades, jornalistas e rivais políticos.
Recentemente, em decisão do TSE que desmonetizou 14 canais bolsonaristas, a PF afirmou que a rede de apoiadores do presidente da República, envolvida em ataques às urnas eletrônicas, usa a mesma estratégia das eleições de 2016 do republicano.
Um dia depois da reunião de Miller e Bolsonaro, o presidente da República editou a MP que restringe o poder das redes sociais de excluírem conteúdo considerado em desacordo com as normas de suas comunidades.
Durante a oitiva, Miller permaneceu em silêncio.
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