Ex-assessor de Bolsonaro é investigado por suposta entrega de minuta golpista
O ex-assessor da Presidência, Filipe Martins, está sendo investigado pela Polícia Federal após evidências encontradas em e-mails obtidos pela CPI do 8 de Janeiro e dados adquiridos através da Lei de Acesso à Informação apontarem que ele esteve quatro vezes no Palácio da Alvorada em dezembro do ano passado, logo após a derrota de Jair Bolsonaro para Lula nas eleições...
O ex-assessor da Presidência, Filipe Martins, está sendo investigado pela Polícia Federal após evidências encontradas em e-mails obtidos pela CPI do 8 de Janeiro e dados adquiridos através da Lei de Acesso à Informação apontarem que ele esteve quatro vezes no Palácio da Alvorada em dezembro do ano passado, logo após a derrota de Jair Bolsonaro para Lula nas eleições.
Segundo a delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Martins foi mencionado como responsável por levar uma minuta golpista ao então presidente. As reuniões ocorreram fora da agenda oficial e estão sendo alvo de investigação.
De acordo com as informações do O Globo, os investigadores suspeitam que em uma dessas reuniões Martins entregou o documento ao ex-presidente, que teria solicitado alterações no texto. A minuta listava supostas interferências do Poder Judiciário no Executivo e terminava com a determinação de realizar novas eleições e prender autoridades.
Segundo a reportagem, essas informações são baseadas no depoimento de três pessoas que tiveram acesso ao teor da delação de Cid.
Embora Bolsonaro tenha pedido mudanças em parte do texto, a determinação de realizar novas eleições e prender o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e membro do Supremo Tribunal Federal (STF), foi mantida, segundo o depoimento.
Filipe Martins compareceu ao Palácio da Alvorada nos dias 16, 18, 20 e 21 de dezembro de 2022. Em dois desses dias, o general da reserva Braga Netto, que foi candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, e o então ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, também estavam presentes.
Essas informações foram encontradas nas agendas registradas pelos ajudantes de ordens de Bolsonaro, que estão em posse da CPI, e em um pedido feito pela agência “Fiquem Sabendo” através da Lei de Acesso à Informação.
Além disso, Martins participou de uma reunião no Ministério da Defesa em 27 de dezembro de 2022. Essa informação foi obtida por meio de um pedido de acesso à informação feito pelo jornal carioca.
Segundo o relato de Cid à Polícia Federal, Martins disponibilizou uma versão impressa e digital do texto para que as alterações solicitadas por Bolsonaro pudessem ser feitas. Nesse contexto, ele teria ido ao Palácio da Alvorada mais de uma vez, enquanto Bolsonaro estava tratando de uma infecção na pele.
Pessoas próximas ao ex-assessor relataram que ele está recluso e não reside mais em Brasília. Além disso, ele parou de utilizar suas redes sociais desde o fim das eleições, com sua última publicação em 30 de outubro de 2022. Nela, Martins expressa preocupação com a fiscalização ostensiva para evitar a compra de votos e menciona a possibilidade de investigações por cumplicidade e facilitação de um crime grave contra a integridade das eleições.
O sistema está desesperado com a fiscalização ostensiva para evitar e combater a compra de votos nos rincões do país. Dependendo do que se encontrar, muita gente pode e deve ser investigada por cumplicidade e facilitação de um crime gravíssimo contra a integridade da eleição.
— Filipe G. Martins (@filgmartin) October 30, 2022
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)